Por que algumas pessoas odeiam música? A ciência explica

Pesquisa abre novos caminhos para explorar as conexões entre música e emoções no cérebro

19/08/2025 22:28

Pesquisadores da Universidade de Barcelona lançaram luz sobre uma condição conhecida como anedonia musical específica, uma manifestação incomum onde a música não evoca reações emocionais. Um estudo com 45 indivíduos, dividido em grupos baseados na sensibilidade musical, revelou respostas intrigantes ao estímulo musical. O objetivo era compreender por que parte da população não se emociona com música.

Realizada como parte de um esforço compreensivo para entender a relação entre a música e o sistema de recompensa do cérebro, a pesquisa detectou que os indivíduos com anedonia musical não exibiram alterações significativas em variáveis fisiológicas, como frequência cardíaca e transpiração, durante a exposição a músicas familiares.

O estudo revelou respostas intrigantes ao estímulo musical
O estudo revelou respostas intrigantes ao estímulo musical - Imagem: Freepik

Como o cérebro distingue estímulos

Os resultados da pesquisa destacam uma questão crítica: a anedonia musical não implica uma falta geral de prazer. Curiosamente, os participantes foram submetidos a atividades envolvendo recompensas monetárias.

Os mesmos indivíduos que não reagiram à música mostraram respostas emocionais normais nessas tarefas. Isso sugere que o cérebro dessas pessoas não conecta a música ao sistema de recompensas de forma típica.

Para indivíduos com anedonia musical, estímulos como comidas ou dinheiro ativam o sistema de prazer de modo esperado, indicando que a questão não é a incapacidade de sentir prazer, mas a forma como diferentes estímulos são processados neurologicamente.

Essa pesquisa abre novos caminhos para explorar as conexões entre música e emoções no cérebro. Cientistas pretendem investigar mais a fundo as estruturas cerebrais envolvidas para compreender plenamente como a anedonia musical se difere do processamento normal de estímulos sonoros.

As descobertas podem, futuramente, inspirar intervenções que busquem estimular respostas emocionais em pessoas insensíveis à música.