Por que estes alimentos aceleram o envelhecimento biológico?
Diferente da idade cronológica, contada em anos, o envelhecimento biológico é medido por marcadores no DNA que revelam o desgaste real do corpo

Os alimentos ultraprocessados podem ser práticos e saborosos, mas escondem um custo alto: o aceleramento do relógio biológico. Repletos de aditivos, conservantes e calorias vazias, eles têm sido associados a um envelhecimento mais rápido do organismo.
Essa foi a conclusão de um estudo liderado pela professora brasileira Barbara Cardoso, da Universidade Monash, na Austrália, e publicado na renomada revista científica Age and Ageing.
Diferente da idade cronológica, contada em anos, o envelhecimento biológico é medido por marcadores no DNA que revelam o desgaste real do corpo. Esse processo pode ser acelerado por fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e predisposição genética.
- Gerdau abre vagas para jovem aprendiz em unidade no RS
- Programa oferece bolsas integrais para estudar na China
- Ministério do Trabalho abre 25 mil vagas em cursos gratuitos para jovens de até 29 anos
- Escolegis oferta 45 mil vagas para cursos gratuitos EaD
Como os ultraprocessados turbinam o envelhecimento?
A pesquisa analisou dados de 16 mil americanos entre 20 e 79 anos, coletados pelo estudo nacional NHANES (Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição dos EUA). O resultado foi alarmante: um aumento de 10% no consumo de ultraprocessados equivale a um envelhecimento biológico 2,4 meses mais rápido.
Comparando dois grupos — um com 68% ou mais das calorias diárias vindas desses alimentos e outro com menos de 39% —, os primeiros apresentavam, em média, uma idade biológica 0,86 ano superior à cronológica.
A explicação? Barbara Cardoso aponta para a exposição a substâncias químicas presentes nesses produtos, desde conservantes e corantes até componentes das embalagens. Esses compostos podem impactar negativamente o organismo e contribuir para o envelhecimento precoce.
“Se considerarmos uma dieta de 2.000 calorias por dia, consumir 200 calorias extras de ultraprocessados — o equivalente a uma pequena barra de chocolate — pode acelerar o envelhecimento biológico em mais de dois meses em relação à idade cronológica”, alerta a pesquisadora.
Outros riscos
O impacto dos ultraprocessados vai além do envelhecimento. Pesquisas já os relacionaram a telômeros mais curtos (estruturas ligadas à longevidade celular) e a um risco aumentado de declínio cognitivo e demência. Além disso, há evidências da associação desses alimentos com doenças como:
Obesidade
Diabetes tipo 2
Câncer
Depressão
Problemas cardiovasculares
O que são alimentos ultraprocessados?
Se você está se perguntando quais alimentos entram nessa categoria, aqui estão alguns exemplos comuns:
Biscoitos industrializados
Sorvetes
Bolos prontos
Cereais matinais açucarados
Barras de cereais
Temperos instantâneos
Salgadinhos de pacote
Refrigerantes e refrescos artificiais
Achocolatados
Iogurtes e bebidas lácteas adoçadas
Bebidas energéticas
Caldos industrializados
Produtos congelados e prontos para consumo (como pizzas, hambúrgueres, nuggets e salsichas)
Como fugir da armadilha dos ultraprocessados?
A boa notícia é que pequenas mudanças na alimentação podem ajudar a frear esse processo. O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda priorizar alimentos naturais e minimamente processados. Para isso, a pesquisadora Barbara Cardoso sugere:
✔ Aumentar o consumo de alimentos integrais: dê preferência a frutas, legumes, grãos integrais, nozes e sementes. ✔ Ler os rótulos: evite produtos com listas extensas de ingredientes desconhecidos. ✔ Cozinhar mais em casa: preparar suas próprias refeições permite um controle maior sobre os ingredientes e evita armadilhas alimentares.
A longevidade começa no prato. Escolher alimentos naturais e frescos pode ser a chave para um envelhecimento mais saudável e equilibrado. Que tal começar hoje?
Outras dicas de saúde na Catraca Livre
Ser sociável fortalece a imunidade? Uma hipótese intrigante recente considera que, ao interagir mais com diferentes pessoas e ambientes, os extrovertidos acabam sendo expostos a uma variedade maior de microrganismos. Confira mais sobre o assunto.