Por que mexemos as pernas involuntariamente? Psicologia explica

A psicologia revela o que está por trás da “síndrome das pernas inquietas” e por que esse hábito nem sempre é inofensivo

26/05/2025 18:01

Você já reparou em alguém que não consegue manter as pernas paradas enquanto está sentado ou em repouso? Esse movimento incessante pode parecer inofensivo ou até um hábito comum, mas pode estar ligado a aspectos mais profundos do estado emocional ou psicológico de uma pessoa.

Você já reparou em alguém que não consegue manter as pernas paradas enquanto está sentado ou em repouso?
Você já reparou em alguém que não consegue manter as pernas paradas enquanto está sentado ou em repouso? - iSTock/Siarhei Khaletski

Especialistas alertam que o ato de balançar as pernas repetidamente pode revelar mais do que um simples costume ou mania rotineira. Segundo psicólogos, essa prática pode ser um tique associado a causas emocionais, traços de personalidade ou até distúrbios neurológicos em alguns casos.

O que significa mexer as pernas em repouso?

Segundo a psicologia, esse comportamento é conhecido informalmente como “síndrome das pernas inquietas”, embora nem sempre esteja vinculado ao distúrbio neurológico de mesmo nome. A psicologia indica que esse comportamento é conhecido informalmente como “síndrome das pernas inquietas”, e pode estar associado a diversas causas relacionadas a emoções, estados de ânimo ou condições psicológicas:

Esse movimento repetitivo pode ter significados diversos, e geralmente reflete algo que ocorre no mundo interno da pessoa. Psicólogos apontam que esses sinais não devem ser ignorados quando frequentes, pois podem ser pistas importantes sobre o estado psíquico de alguém.

Necessidade de se mover, piora com o repouso, melhora com exercícios e piora à noite
Necessidade de se mover, piora com o repouso, melhora com exercícios e piora à noite - milan2099/istock

Ansiedade ou estresse como gatilhos

Um dos motivos mais comuns para esse comportamento está relacionado ao acúmulo de tensão emocional. Esse comportamento costuma ser um mecanismo inconsciente de liberação de tensão acumulada.

Quando uma pessoa está nervosa, estressada ou lidando com preocupação constante, balançar a perna pode ser uma válvula de escape para a energia emocional. Esse gesto serve, muitas vezes, para trazer uma sensação imediata de alívio ou conforto, ainda que temporário.

Hiperatividade e déficit de atenção

Em algumas situações, a inquietação das pernas pode estar ligada ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Movimentos repetitivos ajudam pessoas com TDAH a manterem o foco ou canalizar sua energia.

Esse tipo de comportamento pode ser uma forma inconsciente de manter a mente ativa e organizada. Nesses casos, os movimentos não são apenas um tique, mas uma estratégia comportamental funcional para ajudar na concentração.

Um tique nervoso ou apenas um hábito?

Para outras pessoas, esse ato pode se desenvolver como um hábito reflexo, sem ligação direta com ansiedade ou TDAH. Algumas pessoas desenvolvem esse comportamento como um hábito reflexo, geralmente ligado ao tédio ou à falta de estímulos enquanto estão sentadas.

Esse tipo de tique pode surgir em ambientes de pouca movimentação ou durante atividades passivas, como reuniões longas ou momentos de espera. Com o tempo, o cérebro pode associar esse gesto ao conforto, perpetuando o comportamento.

Síndrome das pernas inquietas: quando é neurológica

Embora o termo seja usado informalmente na psicologia, existe uma condição médica chamada síndrome das pernas inquietas. Embora seja um distúrbio neurológico e não estritamente psicológico, pode estar relacionado em casos mais graves.

Essa síndrome é caracterizada por uma necessidade incontrolável de mover as pernas, especialmente em momentos de repouso ou durante o sono. Quando diagnosticada clinicamente, pode comprometer a qualidade de vida do paciente, exigindo avaliação médica e tratamento apropriado.

Expressão emocional reprimida

Outro aspecto abordado pela psicologia envolve a repressão emocional. Psicologicamente, esse comportamento pode ser interpretado como uma forma de liberar emoções que não estão sendo expressas conscientemente, como frustração, impaciência ou agitação interna.

O corpo pode manifestar, por meio de pequenos tiques ou movimentos involuntários, emoções que a mente tenta suprimir. Em situações como essa, o comportamento pode servir como um termômetro emocional silencioso.

Quando procurar ajuda profissional

Apesar de não indicar, na maioria das vezes, condições graves, esse comportamento pode ser incômodo ou até prejudicial se for frequente ou intenso. Embora nem sempre seja motivo de preocupação, quando esse movimento interfere nas atividades diárias ou é excessivo, pode ser útil procurar um profissional para identificar possíveis causas médicas ou psicológicas subjacentes.

Psicólogos, neurologistas e psiquiatras podem colaborar para identificar o que está por trás da inquietação constante. A observação consciente do próprio comportamento pode ser o primeiro passo para o autoconhecimento e a saúde mental.