Por que tomar banho de água fria pode reduzir risco de diabetes
Estudos indicam que a glicose é eliminada mais rapidamente quando o corpo está frio
Pesquisadores da Universidade de Maastricht, na Holanda, descobriram por meio de estudo que, uma condição comum a quem é intolerante à água gelada, pode ajudar a diminuir o risco de diabetes tipo 2. Para isso acontecer é simples: basta tremer de frio.
A teoria foi apresentada no encontro anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes, em Estocolmo, na Suécia, e concluiu que a exposição recorrente a temperaturas mais baixas, especialmente se provocar tremores no corpo, contribui para a redução das taxas de açúcar no sangue.
Antes de chegar ao resultado final, os pesquisadores submeteram um grupo de quinze corajosos voluntários, entre 40 e 75 anos, com sobrepeso ou obesidade, a temperaturas abaixo de 10ºC.
Em vez de um mergulho, os voluntários usavam um traje especial em que a temperatura era reduzida até induzi-los a calafrios. O experimento expunha os voluntários a essa temperatura fria aproximadamente uma hora por dia durante 10 dias consecutivos.
O que se concluiu?
Que seus níveis de açúcar no sangue caíram de 5,84 para 5,67 mmol/L, em média – o equivalente a cerca de 6%. Além disso, as leituras de pressão arterial, que tendem a ser mais altas em pessoas obesas, também caíram 8,4%.
Estudos anteriores já haviam provado que a glicose é eliminada mais rapidamente quando o corpo está frio. Isso porque o organismo aciona as reservas de gordura marrom para gerar calor, o que acontece pela queima do excesso de calorias armazenadas internamente.
Adam Sellers, um dos autores do estudo, em comunicado, deu mais detalhes sobre o que foi observado com o estudo. “A gordura marrom é um sistema metabólico de aquecimento do nosso corpo que queima calorias. Isso gera calor e evita que as calorias sejam depositadas como gordura branca normal. A gordura marrom é ativada durante o frio e quando comemos, mas sua atividade é menor em pessoas mais velhas e em indivíduos com obesidade e diabetes”.
De acordo com Sellers, este é um passo importante para investigar o efeito do tremor na saúde.