Homem faz alerta após ter pulmão perfurado por cigarro eletrônico
Rapaz de 30 anos foi internado depois de passar a fazer uso dos chamados 'vapes' diariamente
O bancário manauara Allan Douglas, de 30 anos, foi parar no hospital depois de ter o pulmão perfurado pelo uso diário de cigarros eletrônicos. Uma tomografia constatou a lesão no órgão e ele precisou ficar onze dias internado, três deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em entrevista ao jornal O Globo, ele contou já vinha usando cigarros eletrônicos há cincos meses, mas apenas esporadicamente. Foi durante férias no Rio de Janeiro que ele passou a fumar todos os dias durante duas semanas. Foi então, que começou a apresentar tosse seca e fortes dores.
“No dia que voltei do Rio, fui ao trabalho, falei muito e senti falta de ar. Fui ao hospital e me colocaram imediatamente na UTI. O médico foi claro que, se eu não tivesse plano de saúde, poderia ter morrido com a infecção de bactérias”, contou ao jornal.
Allan disse que sempre fumou cigarro comum, mas que há cerca de cinco meses, passou a fumar cigarros eletrônicos.
“Não costumava tragar, apenas aspirar. Acredito que seja muito importante discutir isso amplamente porque cada um tem um organismo e existe o risco”, afirmou.
Em suas redes sociais, o bancário pulicou uma foto de quando estava internado chamando a atenção dos amigos para os riscos dos chamados ‘vapes’. “Não queria passar pelo o que passei, foi uma lição de vida, alerte seu amigo”, escreveu.
3 dias na UTI intensiva, graças ao “Cigarro eletrônico” onde perfurou meu pulmãozinho tão lindo, entrando água e o fragilizando e aqui estou a 8 dias aqui no hospital me recuperando desse pesadelo. Não queira passar o que passei, foi uma lição de vida, alerte seu amigo. Ame-se❤️ pic.twitter.com/XX60LpNim5
— Doug 👑 (@allanddoug) March 11, 2022
Perigo dos cigarros eletrônicos
Muitos fumantes adotam os cigarros eletrônicos, em substituição ao tradicional, mas isso não alivia os danos à saúde, pelo contrário. Acontece que os chamados ‘vapes’ faz uso de várias substâncias altamente prejudiciais, como propileno, glicol e glicerol – além da nicotina líquida.
Segundo a médica Stella Regina Martins, especialista em dependência química do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), com os vapes, a exposição a essas substâncias tóxicas acaba sendo muito maior.
Recentemente, os Estados Unidos viram uma onda de casos de doença pulmonar associada ao uso do dispositivo. O Centro de Controle de Doenças americano batizou o quadro de Evali, sigla em inglês para doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury).
Os sintomas descritos antes da hospitalização são dificuldade de respirar e dor no peito. Também costumam aparecer depois dores na barriga, vômitos e diarreias, além de febre, calafrios e perda de peso, podendo facilmente ser confundida apenas com um quadro gripal.
Apesar do produto ter a comercialização proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seu uso tem sido cada vez mais comum entre os jovens no Brasil.