Quando, de fato, começa a velhice? A ciência responde

Um estudo da Universidade de Stanford identificou que o envelhecimento biológico tem início em um ponto exato

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
23/06/2025 15:01

A percepção de quando uma pessoa se torna idosa varia bastante. Para alguns, o critério pode ser a aparência, como cabelos brancos. Para outros, as limitações físicas ou até comparações com pessoas mais velhas da família.

Entenda o que muda no corpo e por que as proteínas são o principal indicador.
Entenda o que muda no corpo e por que as proteínas são o principal indicador. - iStock/andreswd

Apesar dessas referências sociais, não existia um marco científico preciso para delimitar o início da velhice… até agora.

Proteínas no sangue indicam o envelhecimento

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, analisaram o sangue de mais de 4 mil pessoas, com idades entre 18 e 95 anos, e descobriram uma relação direta entre o envelhecimento e a quantidade de certas proteínas no plasma sanguíneo.

Entre mais de 3 mil proteínas analisadas por indivíduo, 373 se mostraram altamente eficazes para estimar a idade biológica de alguém com grande precisão.

De maneira simplificada, quanto mais proteínas específicas estão presentes no sangue, mais jovem é o organismo.

Já a diminuição dessas moléculas sinaliza o avanço da idade — mais até do que características visíveis como rugas ou cabelos grisalhos.

Quando o corpo realmente entra na velhice?

A partir desses dados, os cientistas dividiram a vida adulta em três grandes fases:

  • Dos 34 aos 60 anos, com mudanças iniciais nos marcadores biológicos.
  • Dos 60 aos 78 anos, um estágio chamado de maturidade tardia.
  • A partir dos 78 anos, o corpo entra na terceira idade de fato.

Ou seja, segundo esse estudo, a velhice tem início aos 78 anos, com o organismo apresentando quedas significativas na produção de proteínas essenciais, o que impacta diretamente funções como reparo do DNA e manutenção muscular.

É importante lembrar, no entanto, que essas conclusões não se aplicam de forma rígida a todos os indivíduos. Condições de saúde e predisposições genéticas podem alterar esse ritmo.

Ainda assim, o levantamento oferece um parâmetro biológico claro sobre o envelhecimento, algo que até então era quase exclusivamente subjetivo.