Recolher o cocô do seu cão da rua é mais importante do que parece
Parasitas e bactérias, presentes nas fezes, oferecem risco tanto para outros animais quanto para humanos

Nem sempre as tarefas mais simples do dia a dia revelam sua importância à primeira vista. Recolher as fezes do cachorro, por exemplo, pode parecer um incômodo passageiro — mas por trás desse gesto aparentemente banal estão questões sérias de saúde pública, preservação ambiental e responsabilidade social.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Environmental Health Perspectives, os resíduos deixados nas ruas por animais de estimação são fontes significativas de contaminação urbana. As fezes caninas podem abrigar parasitas como Toxocara spp. e giárdia, além de bactérias como E. coli e Salmonella, que oferecem risco tanto para outros animais quanto para humanos.
Em ambientes urbanos, o contato com esses micro-organismos pode ocorrer diretamente pelo solo ou até pelo ar, com partículas microscópicas atingindo olhos, pele e pulmões — especialmente em dias secos e com vento.
Mas os impactos não param por aí. O cocô de cachorro, quando deixado para se decompor naturalmente, emite metano, um gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global. A gravidade do problema se agrava ainda mais quando o resíduo é descartado em sacolas plásticas convencionais, que podem levar até 400 anos para se degradar na natureza.
O que fazer com o lixo de cocô?
Para enfrentar essa questão de maneira sustentável, o ideal é utilizar sacos compostáveis e destiná-los ao lixo orgânico, quando houver coleta apropriada. Em algumas regiões, praças e bairros já contam com lixeiras específicas para esse tipo de resíduo — e elas devem ser sempre a primeira opção.
Já em casa, é possível adotar métodos práticos e eficientes: pinças específicas ou mesmo papel higiênico são opções viáveis para a remoção, com o descarte feito em conformidade com a coleta seletiva local.
E o xixi?
No caso da urina, embora menos evidente, os cuidados também são importantes. Produtos de limpeza com oxigênio ativo ou enzimas ajudam a neutralizar odores e a manter a higiene sem prejudicar o meio ambiente ou danificar o piso.

Vale lembrar que, além de uma obrigação prevista na legislação de muitos municípios, recolher os dejetos do seu pet é um gesto de respeito — com os vizinhos, com o espaço público e com o planeta. Pequenas atitudes, quando repetidas por muitos, têm o poder de transformar a paisagem urbana e a qualidade de vida nas cidades.
Na prática, o que parece ser apenas um hábito de tutores conscientes é, na verdade, uma ação que conecta cuidado individual a um bem coletivo. E, neste caso, pegar o saquinho e fazer a coisa certa pode ser um dos maiores sinais de civilidade do cotidiano.
Passeio com o pet traz benefícios para a saúde física do animal e do tutor
André Della Creche, profissional de educação física e especialista em fisiologia do exercício pela UNIFESP, afirma que a prática de passeio com o pet pode trazer diversos benefícios à saúde do animal e do próprio tutor. “Embora as espécies sejam diferentes, o sistema do ser humano e do animal são semelhantes, então a prática é benéfica para ambos e age diretamente no condicionamento aeróbico, que é o sistema responsável pelo bom funcionamento do coração e dos pulmões.”
Além dos benefícios internos, o hábito também contribui para a saúde física, especialmente para quem está em um processo de emagrecimento.