Redução de estômago: saiba mais e entenda quando é preciso fazer

A cirurgia bariátrica pode ser feita pelo SUS, mas deve ser o último recurso na luta contra a obesidade

28/05/2013 15:28 / Atualizado em 07/05/2020 10:21

A evolução dos dados sobre o perfil dos brasileiros deixa claro que o excesso de peso é um dos grandes problemas de saúde pública no país. Segundo o IBGE, atualmente 50,1% dos homens adultos têm sobrepeso, assim como 48% das mulheres. Já a obesidade alcança 12,4% da população masculina e 16,9% da feminina.

Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE, mostra avanço dos índices de sobrepeso e obesidade no Brasil
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE, mostra avanço dos índices de sobrepeso e obesidade no Brasil

Proporcionalmente aos números na balança, cresce a busca por tratamentos para emagrecimento. A cirurgia bariátrica – popularmente chamada de redução do estômago – tem sido uma das opções buscadas.

Hoje, é possível recorrer ao procedimento cirúrgico pelo SUS, e os planos de saúde têm obrigação de cobrir os custos da operação para casos recomendados.

No entanto, a cirurgia bariátrica não deve ser vista como a primeira opção para quem luta contra o peso. Antes disso, é preciso que a pessoa tenha tentado a mudança de hábitos e outros tratamentos por pelo menos dois anos, segundo os preceitos médicos atuais.

Segundo a SBCBM, atualmente, 13,05% dos pacientes têm complicações após ou durante a cirurgia
Segundo a SBCBM, atualmente, 13,05% dos pacientes têm complicações após ou durante a cirurgia - Getty Images

Caso a decisão seja pela cirurgia, é necessário estar atento aos cuidados necessários. Confira importantes informações sobre o procedimento, cedidas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e retiradas de artigos científicos:

Casos indicados

Índice de Massa Corporal (IMC)
Um dos critérios usados pelos profissionais para verificar se o paciente pode recorrer à operação é o IMC. Calcule o seu índice.

Pacientes com IMC superior a 40 podem passar pela cirurgia independente da presença de comorbidades.
Pacientes com IMC entre 35 e 40 são recomendados a fazer a operação se houver comorbidades.
Pacientes com IMC entre 30 e 35 têm indicação de cirurgia apenas na presença de comorbidade que tenha a classificação “grave” por um médico especialista na área da doença. Também é necessário que um endocrinologista diagnostique sua obesidade como intratável.

Idade
Outro aspecto analisado pelos especialistas é a idade do paciente.

Abaixo de 16 anos – exceto em caso de síndrome genética, quando a indicação é unânime, é recomendado que os riscos sejam avaliados pelo cirurgião e por uma equipe multidisciplinar. A decisão deve ter o consentimento da família ou responsável.
Entre 16 e 18 anos – sempre que houver indicação e consenso entre a família ou o responsável e a equipe multidisciplinar.
Entre 18 e 65 anos – sem restrições por idade.
Acima de 65 anos – Nestes casos, são considerados o risco cirúrgico, a presença de comorbidades, a expectativa de vida e os benefícios do emagrecimento.

Tempo da doença
Além do IMC e comorbidades em faixa de risco, o paciente deve ter tentado outros tratamentos por pelo menos dois anos sem obter sucesso, antes de recorrer à cirurgia.

Cuidados no pré e no pós-operatório

Pré
O preparo prévio é necessário para minimizar os riscos da cirurgia e colaborar com os resultados. Alguns quilos a menos podem oferecer melhores condições à anestesia geral feita antes da operação. O paciente deve, também, realizar consultas com um cirurgião, um clínico ou cardiologista, um psiquiatra, um psicólogo e um nutricionista.

Pós
A cirurgia não acaba com a luta contra o peso. Após a operação, o paciente deve fazer consultas e exames periódicos e seguir rigorosamente a dieta indicada pelo médico.

Um artigo da Dra. Maria Del Rosario, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, alerta para casos de pacientes que voltam a engordar anos depois de terem passado pela cirurgia. Segundo a especialista, pessoas submetidas ao procedimento podem adquirir distúrbios de comportamento alimentar. Por isso, manter o acompanhamento médico é fundamental.

Riscos

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, dados de 2011 indicam que 13,05% dos pacientes que passam pela cirurgia têm algum tipo de complicação. Os casos de morte são 0,16%. Os índices de intercorrências têm diminuído.

Quero fazer, a quem devo recorrer?

O site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica tem uma lista de hospitais públicos que fazem a operação, e o catálogo de médicos de atendimento privado associados. A recomendação é que se verifique um serviço habilitado e agende uma consulta para saber se o seu caso é indicado para fazer o procedimento.

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