O que a rejeição faz com seu cérebro – e por que isso pode te fortalecer
Pesquisa revela como o cérebro processa a rejeição social e transforma experiências negativas em aprendizado para melhorar relacionamentos
Situações como o fim de um relacionamento não correspondido, ser deixado de fora de eventos importantes ou perder uma oportunidade no trabalho causam sofrimento, mas também representam importantes lições para o cérebro.

Uma pesquisa recente mostrou que, ao vivenciar a rejeição, o cérebro registra e processa essas experiências, ajudando a entender melhor as complexas dinâmicas sociais e a reagir com mais resiliência.
O estudo é da University of Southern California e foi publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences.
Quais são os tipos de rejeição?
A rejeição pode ocorrer em diferentes contextos, como:
- Emocional e afetivo: quando um sentimento não é correspondido;
- Social: ao ser excluído de grupos ou eventos;
- Profissional ou acadêmico: ao ter uma proposta ou candidatura recusada;
- De ideias: quando opiniões ou sugestões não são aceitas.
Como o estudo foi realizado?
O experimento envolveu jovens universitários, grupo que enfrenta mudanças sociais importantes.
Eles participaram de um jogo virtual que simulava avaliações de confiança por outros participantes. Na verdade, o feedback era gerado por computador para que os pesquisadores pudessem controlar as respostas e observar como o cérebro reage à aceitação e rejeição.
Durante o processo, foram usados exames de ressonância magnética para mapear as áreas do cérebro ativadas.
Os cientistas também aplicaram modelos computacionais para analisar como o cérebro aprende com o retorno social recebido.
Recompensas sociais e valor percebido
A pesquisa identificou que o cérebro depende de duas funções principais para formar conexões sociais: aprender com experiências positivas, como elogios ou sorrisos, e monitorar o quanto somos valorizados pelos outros.
Recompensas sociais reforçam o comportamento de buscar mais interações, enquanto perceber apoio motiva a fortalecer os laços existentes.
As imagens do cérebro mostraram que áreas distintas se ativam conforme o tipo de feedback social.
Regiões associadas à rejeição entram em ação quando ajustamos nossa percepção sobre nosso valor social. Por outro lado, áreas ligadas à recompensa se acendem diante de sinais de aceitação.
Esse processo duplo evidencia como o cérebro humano se adapta ao feedback social para promover relações mais saudáveis.
Por que entender a rejeição é importante para a saúde mental?
Compreender como o cérebro processa a rejeição pode ajudar a desmistificar a ideia de que ela é apenas negativa.
Esse conhecimento abre caminhos para lidar melhor com questões de saúde mental, como ansiedade social e depressão, que muitas vezes estão ligadas a experiências de exclusão e rejeição.
A pesquisa reforça que a rejeição pode ser vista como uma oportunidade de aprendizado e crescimento social, auxiliando na construção e manutenção de relacionamentos mais equilibrados e conscientes.