Remédio popular para dormir potencializa o risco de Alzheimer, alerta estudo
Entenda como medicamentos para insônia podem afetar funções essenciais do cérebro e o que fazer para proteger sua saúde mental
O medicamento Zolpidem, amplamente utilizado para tratar insônia, pode ter impactos negativos na função cerebral. Um estudo conduzido por cientistas das Universidades de Rochester (EUA) e Copenhagen (Dinamarca), publicado na revista Cell, revelou que essa substância pode prejudicar um importante mecanismo de limpeza do cérebro, aumentando o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
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O sistema glinfático e sua importância para o cérebro
O cérebro possui um mecanismo fundamental para a remoção de toxinas: o sistema glinfático. Durante o sono, esse sistema trabalha para eliminar proteínas prejudiciais, como a beta-amiloide e a tau, que se acumulam em doenças como Alzheimer. O estudo demonstrou que o Zolpidem interfere nesse processo, reduzindo a capacidade do cérebro de se “limpar” adequadamente.
Os pesquisadores realizaram testes em camundongos e observaram que a administração do medicamento reduziu significativamente a atividade glinfática. Isso sugere que o uso prolongado da substância pode acelerar processos neurodegenerativos, reforçando a importância de evitar a dependência de remédios para dormir.
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A relação entre sono e saúde do cérebro
O sono desempenha um papel essencial na manutenção da saúde cerebral, imunológica e cardiovascular. Alterações no ciclo do sono, como insônia crônica e apneia, estão associadas ao aumento do risco de demência.
Além disso, o estudo reforçou que problemas relacionados ao sono podem surgir anos antes dos primeiros sinais de doenças como Alzheimer. Isso significa que dificuldades persistentes para dormir devem ser vistas como um possível indicativo precoce de risco neurodegenerativo.

Metodologia do estudo: análise avançada do cérebro
Para entender como o cérebro se comporta durante o sono, os pesquisadores utilizaram métodos inovadores, como fotometria de fibra de fluxo e registros de eletroencefalograma. Essas técnicas possibilitaram a observação das funções cerebrais em tempo real, sem a necessidade de anestesia, permitindo análises mais precisas.
A pesquisa identificou padrões sincronizados entre neurotransmissores, fluxo sanguíneo e líquido cefalorraquidiano durante o sono não REM. Esses processos são fundamentais para a remoção de resíduos cerebrais e o equilíbrio das funções neurais.
Recomendações para um sono mais saudável
Os cientistas alertam que o uso contínuo de Zolpidem pode comprometer a qualidade do sono e afetar a função cerebral a longo prazo. Como alternativa, recomenda-se a adoção de práticas naturais para melhorar o sono, como manter horários regulares, evitar estimulantes antes de dormir e praticar técnicas de relaxamento.
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Avanços na detecção precoce do Alzheimer
Além das descobertas sobre o impacto do Zolpidem, outra pesquisa da University College London indicou que dificuldades de navegação e orientação espacial podem ser sinais precoces de Alzheimer, surgindo até 25 anos antes dos sintomas clássicos da doença, segundo matéria da Catraca Livre.
Os cientistas exploram o uso de testes em realidade virtual para diagnosticar precocemente a doença e possibilitar tratamentos mais eficazes. Essas descobertas reforçam a importância do monitoramento da saúde cerebral ao longo da vida. Veja mais aqui!