Remédios para emagrecer serão investigados após casos de suicídio

Os medicamentos estiveram associados a casos de pensamentos suicidas; veja o que a fabricante alega

Estes remédios vão acabar sendo investigados por órgão regulador da Europa
Créditos: iStock/alvarez
Estes remédios vão acabar sendo investigados por órgão regulador da Europa

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou que iniciará uma investigação sobre o Ozempic e medicamentos similares utilizados para a perda de peso. A motivação por trás dessa medida é a suspeita de que esses remédios possam estar associados a casos de pensamentos suicidas, automutilação e depressão.

Segundo informações divulgadas pela BBC, a investigação acabou sendo desencadeada após o governo da Islândia relatar três casos de suicídio possivelmente relacionados ao uso desses medicamentos injetáveis destinados à redução do apetite.

Embora a ocorrência de depressão seja reconhecida como um efeito colateral de certos remédios para emagrecer, casos desse tipo não são comuns. A avaliação da EMA irá se concentrar nos medicamentos contendo semaglutida e liraglutida, a fim de reavaliar se mudanças na bula desses remédios são necessárias.

Entre os medicamentos analisados estão o Ozempic, composto por semaglutida e originalmente utilizado no tratamento de pessoas com diabetes. No entanto, algumas pessoas têm utilizado o Ozempic para fins de perda de peso, uma prática condenada pela fabricante. Além disso, o Saxenda e o Wegovy também estarão sob escrutínio.

É importante ressaltar que a comercialização desses medicamentos, incluindo o Ozempic, não estará afetada durante o processo de análise conduzido pela EMA.

Posicionamento da fabricante

Novo Nordisk, a fabricante desses medicamentos, disse estar colaborando plenamente com a EMA nessa investigação, buscando garantir a segurança dos pacientes. Em um comunicado, a empresa declarou o seguinte:

A Novo Nordisk está constantemente preocupada com a segurança de seus pacientes e monitora continuamente os relatos relacionados ao uso de seus medicamentos. No momento, mais de 6,3 milhões de pessoas em todo o mundo estão utilizando os medicamentos da empresa, que acabam baseados em análogos de GLP-1 (liraglutida e semaglutida).

A análise dos dados de segurança, provenientes de grandes estudos clínicos envolvendo mais de 25 mil pessoas em todo o mundo, bem como da vigilância pós-comercialização e de outras fontes relevantes de informação, não confirmou uma associação causal entre o uso de semaglutida ou liraglutida e o surgimento de pensamentos suicidas ou automutilação“, afirmou a fabricante.