Saiba o que é sepse grave e como ela pode surgir no seu corpo
Entenda a sepse e sua prevalência nas emergências e unidades de terapia intensiva no Brasil
A sepse, uma doença grave que pode afetar pessoas de todas as idades, é responsável por uma grande parcela das internações nas emergências e unidades de terapia intensiva no Brasil, com uma taxa de mortalidade de até 50% dos pacientes.
Essa condição é uma resposta do organismo a uma infecção, que pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos.
A Sepse
Evitar mortes e complicações decorrentes da sepse é um desafio que exige ação conjunta, desde a suspeita precoce até o diagnóstico rápido e a aplicação imediata do tratamento.
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Em países como a Inglaterra, Austrália e Estados Unidos, a mortalidade é de 15 a 20%, e nos últimos anos houve uma melhora significativa nesse cenário devido ao treinamento da população para reconhecer a doença e à implementação de protocolos de diagnóstico e tratamento nas instituições de saúde.
Nos casos graves de sepse, os órgãos e tecidos sofrem com a falta de sangue e oxigênio. Por isso, a queda da pressão arterial, alterações no nível de consciência, como agitação, sonolência excessiva e desorientação, redução na quantidade de urina produzida e mudanças na pele e mucosas, como palidez intensa ou coloração roxa, podem indicar a presença da doença, e o paciente deve ser encaminhado imediatamente para atendimento de emergência. Febre, hipotermia e taquicardia também podem ser sinais de infecção, e quando associados aos achados acima, podem apontar para a ocorrência de sepse.
As unidades básicas de saúde, unidades de pronto-atendimento, unidades de emergência e ambulâncias devem contar com equipes preparadas para o diagnóstico e tratamento da sepse, uma vez que as metas de tratamento devem ser alcançadas dentro de 1 hora após a admissão do paciente.
Tratamento
O tratamento inicial consiste em hidratação adequada, uso precoce de antibióticos e, em casos mais graves, administração de medicamentos para restaurar a pressão arterial. Esse protocolo terapêutico deve ser disseminado por todo o país, em qualquer ambiente de atendimento ao paciente. Após o tratamento inicial, os pacientes mais graves devem ser transferidos para unidades de terapia intensiva, onde abordagens específicas serão realizadas conforme a necessidade de cada caso.
O cuidado ao paciente com sepse deve ser integrado, desde o diagnóstico, onde quer que o paciente esteja, até a alta hospitalar e o acompanhamento posterior, conforme necessário.
A utilização de inteligência artificial e telemedicina já é uma possibilidade imediata para o manejo desses pacientes, e instituições de referência em qualidade de assistência, ensino e pesquisa devem coordenar a implementação das diretrizes de tratamento em todo o país.
Médicos intensivistas e emergencistas são treinados durante sua residência de três anos para o diagnóstico e tratamento do paciente com sepse e suas complicações, e devem ser multiplicadores do uso de ferramentas importantes para o cuidado desses pacientes, como a ultrassonografia portátil, que deve estar amplamente disponível.
A inovação, a pesquisa clínica e o investimento em recursos humanos e estruturais são essenciais para mudar o cenário da sepse no Brasil.
Políticas públicas de saúde devem incluir a sepse como uma síndrome a ser enfrentada imediatamente, pois além das elevadas taxas de mortalidade, resulta em incapacidades e sequelas permanentes em 30 a 40% dos pacientes, gerando altos custos para o sistema de saúde. É possível modificar o cenário da sepse em nosso país e obter melhores resultados e desfechos a longo prazo.