Saúde bucal está associada ao desenvolvimento de Alzheimer, diz estudo
Considerada um verdadeiro ecossistema, nossa boca pode abrigar até 700 espécies de bactérias. E aí está o X da questão
Uma preocupante conexão entre a saúde bucal e o desenvolvimento de distúrbios cognitivos, como a Doença de Alzheimer, se tornou objeto de um estudo liderado pelos cientistas do National Institute on Aging (NIA). No ensaio, especialistas sugerem que as bactérias associadas a doenças gengivais podem ser causadas condições ligadas condições mentais degenerativas.
Por abrigar cerca de 700 espécies de bactérias, nossa boca é considerada um verdadeiro ecossistema. E justamente por isso pode hospedar doenças periodontais que, quando não tratadas, desencadeiam sérias consequências clínicas como sangramento nas gengivas, dentes soltos e até perda dentária.
Relação entre saúde bucal e saúde mental
Para os especialistas, a ligação entre as condições bucais e a demência está na forma como as bactérias e as moléculas inflamatórias causadas por elas viajam.
- Dicas incríveis para manter o seu travesseiro livre de ácaros e alergias
- Como regar plantas quando for viajar? 6 dicas que você nunca imaginou
- Saiba como competir no Tier 2 de League of Legends em 2025
- Descubra o melhor método para remover agrotóxicos de frutas e verduras
Isso porque esses micro-organismos e suas substâncias podem sair da boca e acessar a corrente sanguínea, chegando a outras partes do corpo, como o cérebro. É por conta desse mecanismo que os cientistas encontraram relação no desenvolvimento de demências.
Como foi feito o estudo?
Mais de 6.000 participantes ao longo de 26 anos foram avaliados para decifrar a possível relação de demência, morte e presença de infecções bucais. Durante os experimento, os participantes foram submetidos a exames odontológicos, bem como exames de sangue, para detectar a presença de anticorpos contra as bactérias bucais relacionadas à doença gengival.
A análise verificou também a eventual associação entre antigas infecções orais por 19 diferentes bactérias e o diagnóstico de Alzheimer ou qualquer tipo de demência. Na avaliação desses 19 micro-organismos, Porphyromonas gingivalis se destacou como o mais conectado aos problemas de saúde bucal e cognitiva.
Este agente patogênico, associado ao desenvolvimento de doenças gengivais, tem sido, inclusive, protagonista de outros estudos que sugerem que a proteína beta-amiloide, considerada um dos principais indicadores da doença de Alzheimer, pode ser produzida em resposta a infecções causadas por este micro-organismo.