Qual a relação entre a saúde dos seus olhos e a demência?
Sintomas da demência vão muito além e podem se manifestar de maneiras inusitadas, como através dos olhos

Imagine um livro cuja tinta começa a desbotar lentamente. Assim é a demência: uma condição que apaga histórias, compromete comportamentos e, em alguns casos, dificulta até os movimentos mais simples.
Embora a perda de memória seja o sintoma mais discutido, os “sussurros silenciosos” da demência vão muito além e podem se manifestar de maneiras inusitadas, como através dos olhos.
Os olhos como mensageiros silenciosos
Duas manifestações visuais podem ser sinais importantes, mas pouco conhecidos, dessa condição: a perda súbita de visão e o olhar vago.
O olhar distante, quase como se a pessoa estivesse perdida em outro mundo, é mais do que um traço de desatenção: reflete os danos progressivos no cérebro, que afetam não só a memória, mas também as habilidades cognitivas e sensoriais.
Além disso, a percepção do espaço e da profundidade pode ficar prejudicada. Para quem convive com a demência, até caminhar em casa – um ambiente familiar – pode se tornar um desafio, como se o chão ganhasse buracos invisíveis e os corredores, paredes movediças.
Sintomas além do óbvio: os sinais “camuflados” da demência
A demência não se limita às falhas de memória ou à visão: ela se esconde em comportamentos sutis e muitas vezes incompreendidos.
Problemas de sono persistentes, paranoia, caminhadas sem destino (conhecidas como perambulação), esconder objetos ou revirar coisas, hipersensibilidade a ruídos e até mudanças no paladar e no olfato podem ser pequenos sinais de alerta.
Por serem discretos e, em alguns casos, até desconcertantes, esses sintomas costumam passar despercebidos – ou, pior, serem confundidos com manias ou comportamentos de “idade avançada”.
Demência: uma palavra, muitas histórias
É importante lembrar que a demência não é uma doença única, mas um “guarda-chuva” que abriga diversas condições, como o Alzheimer, a demência vascular e a demência com corpos de Lewy – cada uma com características e desafios específicos.
A importância de ouvir os sinais do corpo
Se você notar que alguém próximo – ou até mesmo você – apresenta esses sinais, não ignore. Ouvir o corpo e buscar ajuda especializada pode transformar o curso da doença. Neurologistas e geriatras são aliados essenciais nesse processo.
Afinal, o diagnóstico precoce não apaga as páginas da vida, mas ajuda a reescrevê-las com mais qualidade, conforto e compreensão.
Outras dicas de saúde na Catraca Livre:
Cuidar da alimentação é a melhor receita para uma vida saudável. A nova recomendação alimentar da Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece diretrizes sobre a ingestão de carboidratos e gorduras, ajustadas conforme a idade.
Para a ingestão total de gorduras, o limite permanece em até 30% das calorias diárias consumidas.
A partir dos 2 anos de idade, é importante dar preferência às gorduras insaturadas, encontradas em alimentos de origem vegetal, como azeite, abacate, nozes e similares. Saiba o que define uma dieta saudável, de acordo com a OMS.