Segredo de vida longa e feliz pode estar em suas mãos
Quando cientistas de Harvard começaram, em 1938, a rastrear a saúde de 268 estudantes, eles esperavam que a pesquisa longitudinal revelasse pistas para ter uma vida mais saudável e feliz.
Depois de acompanhar esse grupo por quase 80 anos – um dos estudos mais longos do mundo sobre a vida adulta – os pesquisadores coletaram diversos dados sobre sua saúde física e mental, publicados na Gazeta de Harvard de abril deste ano.
Apenas 19 integrantes do grupo original ainda estão vivos, todos na média dos 90 anos. Entre os participantes, esteve o presidente John F. Kennedy. Não foram estudadas mulheres, porque o na época o colégio da instituição era apenas para homens.
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Posteriormente, os cientistas expandiram suas pesquisas para incluir outros homens e suas esposas, além dos descendentes dos primeiros indivíduos – um grupo de 1.300 pessoas, entre 50 e 60 anos atualmente -, para descobrir como as experiências de vida afetam a saúde e o envelhecimento.
Ao longo dos anos, os pesquisadores estudaram a trajetória da saúde e aspectos mais amplos de suas vidas, incluindo seus triunfos e falhas em aspectos como carreira e casamento, e chegaram a uma conclusão sobre o que impactava positivamente para ter uma vida mais longa e feliz.
Relacionamentos próximos – mais do que dinheiro, fama, QI ou mesmo os genes -, são o que mantêm as pessoas felizes ao longo de suas vidas, revelou o estudo.
“A descoberta surpreendente é que nossos relacionamentos e o quanto estamos felizes em com eles tem uma influência poderosa na nossa saúde. Cuidar do seu corpo é importante, mas cuidar de seus relacionamentos também é uma forma de autocuidado”, disse Robert Waldinger, diretor do estudo, psiquiatra do Hospital Geral de Massachusetts e professor de psiquiatria na Harvard Medical School (Escola Médica de Harvard).
Segundo a pesquisa, esses laços – com familiares, amigos e comunidade – protegem as pessoas dos descontentamentos da vida, ajudam a retardar o declínio físico e mental.
O estudo descobriu, por exemplo, que o nível de satisfação das pessoas com seus relacionamentos aos 50 anos era um indicador de saúde física melhor do que seus níveis de colesterol.
“A solidão mata, é tão avassalador quanto fumar ou alcoolismo. Os bons relacionamentos não apenas protegem nossos corpos; Eles protegem nossos cérebros. Eles não precisam ser suaves o tempo todo. Pode haver brigas, mas, quando você sente que pode contar com o outro quando os problemas se tornaram difíceis, esses problemas são esquecidos”, afirma Waldinger.