Sensação térmica pode chegar a 50ºC: como cuidar da saúde em dias de calor intenso?

Altas temperaturas podem resultar em diversos problemas de saúde, como desidratação, exaustão, convulsões, perda de consciência

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
16/02/2025 17:00 / Atualizado em 25/02/2025 13:54

Alerta para baixa umidade do ar em 16 estados – iStock/PraewBlackWhile
Alerta para baixa umidade do ar em 16 estados – iStock/PraewBlackWhile - iStock/PraewBlackWhile

Em fevereiro de 2025, o Brasil vem enfrentando uma série de ondas de calor que têm impactado diversas regiões do país, com temperaturas chegando a 44ºC e sensação térmica podendo atingir até 50ºC.

Essas condições extremas geram grande preocupação quanto à saúde da população. Durante ondas de calor, o organismo humano enfrenta desafios significativos devido ao aumento excessivo da temperatura e da umidade.

O corpo busca manter sua temperatura interna entre 36°C e 37°C, mas, quando a temperatura ambiente ultrapassa esse limite, os mecanismos naturais de resfriamento – como a transpiração e a vasodilatação (a dilatação dos vasos sanguíneos) – podem se tornar ineficazes. Isso pode resultar em diversos problemas de saúde, como desidratação, exaustão, convulsões, perda de consciência, distúrbios do sono e até AVC.

Impactos para a saúde em dia de calor 

Pessoas com hipertensão devem redobrar os cuidados durante períodos de calor extremo, pois as altas temperaturas podem sobrecarregar o organismo, dificultando a regulação térmica e aumentando o risco de complicações, como desidratação e elevação da pressão arterial.

O calor intenso também pode fragilizar o coração e os vasos sanguíneos, agravando a condição de quem já sofre de hipertensão e elevando o risco de eventos graves, como infarto ou AVC. “As consequências dessas mudanças envolvem o risco de oclusão de uma artéria coronária (que é o que leva ao i nfarto do miocárdio) ou cerebral (AVC). Além disso, perda súbita de consciência (caracterizado como sincope) é mais frequente nesses ambientes mais quentes o que pode colocar pessoas propensas em risco.”, explica Dr. Alexsandro Fagundes, cardiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).

A desidratação é uma das consequências mais comuns do calor excessivo. Nessas condições extremas, o corpo perde mais líquidos pelo suor, o que pode levar à desidratação caso não haja reposição adequada de água.

Isso compromete a regulação térmica e diversas funções vitais, resultando em sintomas como boca seca, sede intensa, fadiga e diminuição da produção de urina. Em casos graves, a desidratação pode causar complicações sérias, como insuficiência renal e desmaios.

Crianças e idosos também devem ter atenção redobrada nesse período de calor intenso. As crianças possuem menor capacidade de autorregulação térmica, o que as torna mais vulneráveis à desidratação e ao golpe de calor – condição em que a temperatura corporal sobe rapidamente e o organismo não consegue dissipar o calor de forma eficiente, podendo resultar em confusão mental, batimentos cardíacos acelerados, convulsões e até perda de consciência. Apesar disso, como possuem um metabolismo mais acelerado e passam mais tempo ao ar livre, estão mais expostas aos efeitos nocivos do calor.

A menor superfície corporal da criança torna a perda de liquido proporcionalmente mais importante do que no adulto, o que pode levar a alterações graves em um pequeno intervalo de tempo”, destaca Dr. Alexsandro.

Já os idosos enfrentam desafios semelhantes, pois, devido ao envelhecimento do sistema nervoso e circulatório, sua capacidade de regulação térmica é reduzida. Além disso, o uso de certos medicamentos pode aumentar a retenção de líquidos, enquanto outros podem aumentar a eliminação, como os diuréticos.

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre 

A dengue está entre as doenças virais transmitidas por mosquitos mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é endêmica em mais de 100 países e causa cerca de 390 milhões de infecções a cada ano.

Embora muitas infecções sejam assintomáticas ou produzam apenas doenças leves, a dengue pode ocasionalmente causar doenças mais graves e até morte. Conheça os sintomas e saiba o que fazer.