Sensor portátil criado na USP revoluciona monitoramento da qualidade da água
O dispositivo tem custo unitário ligeiramente superior a R$ 0,50 e sua replicabilidade pode ser feita em escala global
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um sensor portátil que promete revolucionar a forma como acompanhamos os compostos químicos em líquidos, especialmente aqueles que podem impactar a segurança da água que consumimos no dia a dia.
Este dispositivo, resultado de uma pesquisa financiada pela Fapesp, está agora em processo de patenteamento. Os resultados foram reconhecidos pela Royal Society of Chemistry (Reino Unido) e publicados na renomada revista Sensors & Diagnostics.
O sensor é eficaz e de fácil utilização expande as fronteiras da detecção fora dos laboratórios, capacitando os indivíduos a identificarem substâncias químicas em líquidos, com ênfase na água.
- Queimadas aumentam risco de danos à visão, alerta especialista
- 42 cursos para estudar na USP e na Unicamp de graça e online; veja a lista
- USP está oferecendo 17 cursos gratuitos online; veja a lista
- Estude com a USP e a Unicamp com estes 42 cursos de graça; veja a lista
O dispositivo é descartável, fabricado com papel e nanopartículas de ouro, geradas através de tecnologia a laser, e sem o uso de reagentes químicos tóxicos, o dispositivo respeita o meio ambiente e pode conter materiais reaproveitados..
Com um custo unitário ligeiramente superior a R$ 0,50, a sua replicabilidade pode ser realizada em escala global. Essa capacidade não só reduz custos, mas também elimina a necessidade de etapas de fabricação que geralmente envolvem outros processos manuais.
“São dispositivos de uso simples, que podem ser distribuídos em escala governamental para que a população monitore a qualidade de água em sua própria casa e repasse as informações para especialistas, possibilitando a criação de um mapa e, consequentemente, de políticas públicas de controle de qualidade de água”, explicou Thiago Regis Longo Cesar da Paixão, coordenador do Laboratório de Línguas Eletrônicas e Sensores Químicos do Instituto de Química da USP (IQ-USP) em declaração divulgada pelo Portal do Governo.
O desempenho do sensor foi evidenciado no estudo, onde demonstrou uma equivalência considerável a dispositivos mais caros na detecção de hipoclorito, substância crucial no controle de qualidade da água de torneiras e piscinas.
Além de Paixão, Helton P. Nogueira, Iana Vitória Spadini Arantes, Jéssica S. G. Selva, Juliana L. M. Gongoni, Mauro Bertotti, Vanessa Neiva de Ataide e Wilson Akira Ameku participaram do estudo.