Será que tenho déficit de atenção? Conheça os sinais mais comuns

Confira as características comuns do TDAH e veja como descobrir se você está sofrendo desse transtorno

Diagnosticar o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma jornada que envolve várias etapas complexas.

Diferentemente de muitas condições médicas, não existe um único teste definitivo capaz de determinar se alguém possui ou não o TDAH. Essa lacuna no processo diagnóstico torna a identificação desse transtorno um desafio contínuo.

Embora os sinais do TDAH geralmente se manifestem na infância, é comum que passem despercebidos ou sejam mal interpretados, levando a um questionamento tardio em adultos sobre a possível presença do transtorno.

Essa confusão ocorre devido à existência de outros problemas médicos, como ansiedade, depressão e certos tipos de distúrbios de aprendizagem, que apresentam sintomas semelhantes ao TDAH.

Como descobrir se tenho déficit de atenção
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Como descobrir se tenho déficit de atenção

Critérios para determinar se alguém tem déficit de atenção

Para determinar se alguém realmente possui o TDAH, é necessário considerar os critérios estabelecidos pelo DSM-5, o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, publicado pela Academia Americana de Psiquiatria.

Esses critérios incluem a presença de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade, que devem persistir por mais de seis meses. Veja os sintomas:

Desatenção

  • Falha frequente em prestar atenção adequada aos detalhes ou comete erros por descuido na escola, no trabalho ou em outras atividades.
  • Dificuldade frequente em manter a atenção em tarefas ou atividades recreativas.
  • Parece não ouvir com frequência quando lhe falam diretamente, dando a impressão de estar em outro lugar.
  • Falha frequentemente em seguir as instruções e é incapaz de completar atividades escolares, tarefas domésticas ou responsabilidades no local de trabalho devido à perda de concentração.
  • Problemas frequentes para organizar tarefas e atividades.
  • Evitação, falta de interesse ou recusa em realizar tarefas que exigem esforço mental prolongado, como atividades escolares ou deveres de casa.
  • Perda frequente de itens necessários para o dever de casa e atividades, como material escolar, lápis, livros, ferramentas, carteiras, chaves, papéis, óculos ou telefones celulares.
  • Facilmente distraído em muitas ocasiões.
  • Tendência a esquecer coisas durante as atividades diárias.

Esses sintomas, quando presentes de forma persistente e interferindo nas atividades diárias por mais de seis meses, podem indicar a presença do TDAH. Para pessoas com mais de 17 anos, são necessários pelo menos 5 sintomas.

Hiperatividade-impulsividade

  • Agitação das mãos ou pés, ou se remexer na cadeira.
  • Tendência a levantar da cadeira em sala de aula ou em outras situações em que deveria permanecer sentado.
  • Correr ou pular excessivamente quando não é apropriado ou quando outras pessoas não desejam que isso aconteça.
  • Dificuldade em brincar em silêncio.
  • Sensação de estar “a todo vapor” ou “a mil por hora”.
  • Tendência a falar em excesso.
  • Responder precipitadamente, antes mesmo que as perguntas tenham sido completadas.
  • Dificuldade em esperar a vez.
  • Tendência a interromper ou se intrometer nos assuntos dos outros.

No caso de hiperatividade, o paciente deve ter 6 ou mais dos sintomas seguintes por pelo menos 6 meses.

Como sei se tenho TDAH?

Somente um profissional de saúde especializado, como um médico psiquiatra ou neurologista, pode realizar uma avaliação detalhada para confirmar o diagnóstico de TDAH.

Esse processo pode incluir exames físicos para descartar outras causas possíveis dos sintomas, entrevistas com o paciente e relatos de pessoas próximas, como parceiros, pais e professores.

Afinal, TDAH tem cura?

É importante ressaltar que o TDAH não tem cura, mas pode ser tratado, inclusive na vida adulta. Os tratamentos padrão geralmente envolvem uma combinação de medicamentos, treinamento de habilidades e acompanhamento psicológico, proporcionando alívio e melhoria dos sintomas.

No entanto, cada caso é único, e a abordagem terapêutica pode variar de acordo com as necessidades individuais. Com um diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado, é possível gerenciar e superar os desafios associados ao TDAH, permitindo uma vida mais produtiva e satisfatória.