Seu cérebro apaga os sonhos de propósito e tem motivo pra isso

Muitas pessoas relatam não conseguir lembrar dos próprios sonhos, enquanto outras acordam com imagens vívidas na mente. Esse esquecimento aparente não se deve a falhas de memória simples, mas envolve mecanismos cerebrais e características de personalidade.

Entre as explicações mais aceitas estão as particularidades neurobiológicas, os padrões de sono e os níveis de atenção ao despertar. Outros fatores relevantes também ganham destaque em estudos recentes, incluindo questões psicológicas e o estilo de vida de cada indivíduo.

Por que algumas pessoas afirmam não lembrar dos sonhos?

A falta de recordação dos sonhos pode variar bastante de pessoa para pessoa, com influência direta do modo como cada um desperta pela manhã.

Estudos revelam que quanto mais distrativo é o ambiente ao acordar, menor a chance de recordação dos sonhos, especialmente para aqueles que não direcionam atenção voluntária ao conteúdo onírico.

A atividade cerebral interfere na memória dos sonhos?

Além do ambiente ao acordar, pesquisas apontam que diferenças neurológicas influenciam fortemente o quanto alguém se lembra dos próprios sonhos.

Indivíduos com maior ativação em regiões do cérebro como o córtex pré-frontal e a junção temporo-parietal durante o sono têm mais facilidade em recuperar detalhes dos sonhos ao acordar.

Características químicas do sono dificultam lembrar dos sonhos?

Para entender os obstáculos à recordação, vale observar que fatores químicos também participam do processo. Quando o sono é interrompido de maneira brusca, alterações no nível de neurotransmissores podem comprometer a transferência das imagens para a memória consciente.

Deles, a acetilcolina e a norepinefrina apresentam papel fundamental, assim como o grau de profundidade do sono, que pode impedir a codificação das experiências oníricas antes do despertar.

Quais hábitos e características pessoais aumentam ou reduzem a lembrança dos sonhos?

Algumas características individuais influenciam diretamente na capacidade de recordar sonhos. Pessoas abertas a experiências, criativas e que desenvolvem o hábito de anotar ou refletir sobre seus sonhos tendem a se lembrar deles com mais facilidade.

1. Abertura à imaginação favorece a recordação onírica.
2. Manter um diário de sonhos potencializa a fixação das memórias.
3. Decidir antes de dormir que deseja lembrar algum sonho estimula o cérebro a registrar detalhes.
4. Ambientes calmos no momento do despertar facilitam o resgate da experiência noturna.

Por que as lembranças dos sonhos “somem” tão facilmente?

Cientistas explicam que os sonhos raramente passam da memória de curta duração para a de longo prazo, o que favorece o esquecimento rápido desses conteúdos. O cérebro pode considerar os sonhos irrelevantes e simplesmente descartá-los ao longo do sono.

Além disso, para o sonho ser salvo como lembrança, é necessário que o despertar coincida com uma fase apropriada do sono, geralmente a fase REM, e que o cérebro esteja pronto para consolidar a memória.