Seu pet pode estar em risco por causa da limpeza e pouca gente percebe

Animais de estimação passam boa parte do tempo no chão, em sofás, tapetes e até em superfícies recém-limpas. A escolha de produtos de limpeza para casas com pets influencia diretamente a saúde desses animais, pois alguns componentes de desinfetantes, limpadores multiuso e aromatizantes podem causar irritações, intoxicações graves e problemas respiratórios, mesmo em pequenas quantidades.

Produtos de limpeza tóxicos para pets e riscos à saúde?

Entender quais substâncias representam risco e como elas atuam no organismo de cães, gatos e aves é fundamental para reduzir acidentes domésticos e preservar a saúde animal. Em lares com filhotes, idosos ou animais com doenças respiratórias (como bronquite e asma felina), o cuidado deve ser ainda maior, pois qualquer resíduo químico no ambiente tende a causar reações mais intensas.

Entre os componentes mais citados por veterinários estão a amônia, o cloro em altas concentrações, compostos fenólicos, quaternários de amônio e certos óleos essenciais. Eles aparecem em limpadores de piso, desinfetantes para banheiro, produtos para vidro, desengordurantes e até em limpadores perfumados de uso diário. Em muitos casos, o problema não é só a ingestão direta, mas também a inalação de vapores ou o contato com superfícies ainda úmidas.

Gatos e aves costumam ser ainda mais sensíveis a esses agentes, tanto ao contato cutâneo quanto aos aerossóis liberados durante a limpeza. Quando a amônia ou o cloro são misturados por engano, podem liberar gases irritantes que afetam rapidamente o sistema respiratório de pessoas e animais. Já fenóis e compostos quaternários podem ser absorvidos pela pele ou ingeridos durante a lambedura das patas, da pelagem ou de objetos limpos com esses produtos.

Confira um vídeo do canal no Youtube Hoje em Dia sobre o tema:

Como cada substância de limpeza afeta os animais domésticos?

A amônia, comum em limpadores de vidro e piso, é conhecida pelo odor forte e penetrante. Em pets, seus vapores podem provocar ardência nos olhos, espirros, tosse e dificuldade respiratória, principalmente em gatos e pássaros, que têm vias aéreas mais delicadas. Exposições repetidas podem desencadear crises respiratórias em animais predispostos.

Os alvejantes à base de cloro, quando concentrados ou usados sem diluição adequada, são corrosivos. Se ingeridos, podem causar queimaduras na boca, garganta e trato gastrointestinal, além de vômitos e salivação intensa, exigindo atendimento veterinário rápido. Mesmo a simples lambedura de um piso ainda úmido pode ser suficiente para irritar mucosas.

Fenóis e compostos quaternários de amônio aparecem com frequência em desinfetantes de uso hospitalar e em alguns produtos domésticos com promessa de “ação profunda” contra germes. Esses agentes tendem a ser mais agressivos para a pele e mucosas de cães e gatos, mesmo quando usados em ambientes residenciais.

• Podem provocar lesões de pele e irritação bucal ao contato.
• Em casos de ingestão, podem causar sobrecarga hepática e neurológica.
• Gatos são particularmente vulneráveis por se limparem com a língua com frequência.
• Resíduos deixados em pisos e móveis aumentam o risco de absorção diária.

Óleos essenciais como melaleuca (tea tree), eucalipto e pinho, frequentemente vistos como “naturais”, também podem ser tóxicos tanto por contato quanto por inalação, exigindo grande cautela no uso em casas com pets.

Sinais de intoxicação e o que fazer em caso de acidente?

Quando um pet entra em contato com produtos de limpeza tóxicos, os sinais costumam aparecer rapidamente. Observar mudanças súbitas no comportamento e na respiração é essencial para agir a tempo e buscar ajuda especializada.

Os sinais de que um pet pode ter sido exposto a produtos de limpeza perigosos incluem:

• Olhos vermelhos ou lacrimejantes, espirros e tosse persistente;
• Respiração rápida, dificuldade para inspirar ou expirar e gengivas azuladas;
• Vômitos, diarreia, salivação excessiva e recusa em se alimentar;
• Letargia, desorientação ou movimentos incoordenados;
• Pawing na região da boca, como se algo causasse incômodo intenso.

Diante de qualquer suspeita de contato ou ingestão, não induza o vômito por conta própria e não ofereça leite ou outros “antídotos caseiros”. Enxágue a área de contato com água em abundância, se possível, mantenha o animal em local arejado e busque auxílio veterinário imediato. Levar a embalagem do produto utilizado facilita a identificação da substância e agiliza o tratamento adequado.

Alternativas mais seguras e cuidados práticos na limpeza?

Existem opções de limpeza consideradas mais seguras quando usadas corretamente e em ambientes bem ventilados. Entre elas, destacam-se soluções de vinagre branco diluído, bicarbonato de sódio e detergente neutro, que podem ser eficientes em tarefas simples do dia a dia, como higienizar pisos frios, bancadas e alguns tecidos.

Esses ingredientes podem ser combinados respeitando sempre as orientações de diluição e enxágue. Mesmo sendo mais suaves, é importante manter os animais afastados até que as superfícies estejam secas. Evite também misturas caseiras aleatórias que possam liberar vapores irritantes.

1. Ler atentamente os rótulos e evitar produtos que mencionem fenol, amônia, quaternário de amônio ou altas concentrações de cloro.
2. Manter os animais afastados de áreas em limpeza, permitindo o retorno apenas após completa secagem e ventilação do ambiente.
3. Priorizar produtos identificados como “não tóxicos para pets” e, em caso de dúvida, consultar um profissional veterinário.
4. Evitar o uso de difusores fortes e sprays aromatizantes em cômodos pequenos e pouco ventilados, principalmente na presença de gatos e aves.
5. Armazenar todos os produtos de limpeza fora do alcance de animais curiosos, em armários bem fechados.

Com atenção aos rótulos, ventilação adequada e escolhas criteriosas, é possível manter a casa limpa e organizada sem expor cães, gatos e outros animais de estimação aos riscos associados a produtos de limpeza tóxicos. A prevenção continua sendo o caminho mais eficiente para preservar a saúde de toda a família.