Síndrome do intestino irritável: entenda o papel do estresse nos sintomas
Estudo reforça a importância de considerar fatores psicológicos no tratamento da SII
Estudos recentes publicados na revista Gastroenterology revelam que o estresse psicológico pode desencadear respostas imunológicas a determinados alimentos, resultando em sintomas quando esses alimentos são consumidos novamente. Essa descoberta pode esclarecer o papel do estresse na síndrome do intestino irritável (SII), uma condição digestiva que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.
O papel do estresse no sistema imunológico e na SII
Pesquisadores do Huntsman Cancer Institute, da Universidade de Utah, analisaram como o estresse pode ativar o sistema imunológico de forma semelhante a uma infecção, levando a reações adversas a alimentos específicos. Segundo a cientista Cecilia Berin, Ph.D., essas respostas imunológicas podem estar associadas não apenas a alergias alimentares clássicas, mas também à dor e ao desconforto intestinal característicos da SII.
Experimentos comprovam ligação entre estresse e reações alimentares
O estudo foi conduzido com camundongos expostos a um estressor psicológico enquanto ingeriam ovoalbumina, uma proteína da clara do ovo. Após cinco semanas, os camundongos foram reexpostos à substância e apresentaram aumento da sensibilidade à dor no cólon e no intestino delgado.
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Análises laboratoriais revelaram que essas respostas estavam ligadas a mastócitos (glóbulos brancos especializados), anticorpos IgE e à sinalização STAT6, uma proteína envolvida na proliferação celular. Os sintomas foram reduzidos quando os camundongos receberam pirilamina, um medicamento usado para tratar sintomas alérgicos.

Implicações para o tratamento da SII
Os resultados sugerem que a SII pode ter uma forte componente imunológico, especialmente relacionado a alimentos consumidos sob estresse. “Temos ferramentas que podem bloquear esses mecanismos no corpo humano, e isso pode abrir novas possibilidades de tratamento”, destacou Berin.
No futuro, os cientistas pretendem estudar pacientes humanos para confirmar se esses mecanismos também estão presentes na SII. Essa descoberta pode revolucionar a abordagem terapêutica da condição, oferecendo novas opções para quem sofre com sintomas digestivos recorrentes relacionados ao estresse e à alimentação.