Síndrome do não-arrotar: entenda esta rara condição

Arrotar é um ato natural e a importante para a saúde

Embora possa parecer grosseiro em certas culturas, o arroto é um processo físico crucial para a liberação de gases produzidos no estômago.

No entanto, nem todos podem realizar essa tarefa simples e necessária. Esse é o caso de pessoas que sofrem de uma condição rara conhecida como Disfunção Cricofaríngea Retrógrada (DCF-R), uma vez vivida pelo engenheiro carioca Marco Enes, 46 anos.

Síndrome do não-arrotar: entenda esta rara condição
Créditos: iSTock
Síndrome do não-arrotar: entenda esta rara condição

Síndrome do não-arrotar: entenda esta rara condição

Para Marco, beber refrigerante, água com gás, cerveja, ou mesmo desfrutar de uma tradicional feijoada, era uma provação.

Ele experimentava desconforto estomacal e inchaço no dia seguinte. “Era praticamente impossível tomar qualquer bebida com gás sem passar mal”, compartilhava Marco.

O que é a Disfunção Cricofaríngea Retrógrada (DCF-R)?

A DCF-R, também conhecida como “Síndrome do Não-Arrotar”, é uma condição em que há uma tensão excessiva no cricofaríngeo, um músculo essencial para a deglutição e localizado no esfíncter esofágico superior. Essa condição impede a liberação natural de gases do estômago pela boca.

“O músculo precisa de coordenação tanto para o alimento descer, quanto para o ar voltar e a pessoa arrotar.

Quais são os sintomas da Síndrome do Não-Arrotar?

Essa condição pode se manifestar de maneiras distintas, incluindo a incapacidade de arrotar, flatulência, pressão no peito e na parte inferior do pescoço, sons estranhos na garganta e desconforto ou dor na região abdominal.

Como resultado, os indivíduos podem experimentar falta de ar, dificuldades para vomitar, náusea, soluços dolorosos, ansiedade e ocasionalmente isolamento social.

Muitos pacientes que sofrem com a síndrome se sentem frustrados e até mesmo enfrentam desafios sociais por não conseguirem arrotar.

Como é feito o tratamento da Síndrome do Não-Arrotar?

A solução encontrada por Marco, e sugerida por muitos especialistas para aqueles que enfrentam a condição, é a aplicação de toxina botulínica (botox) no músculo do esfíncter esofágico com intuito de relaxá-lo.

Graças a este tratamento, há expectativa de que os pacientes consigam arrotar normalmente em até duas semanas após o procedimento. Para Marco, o efeito foi quase imediato.

“É como se eu fosse uma outra pessoa, com uma vida nova. Hoje, posso comer bem e socializar, algo que, para mim, era impossível.”, conclui.