Sintoma comum e insistente revela tumor cerebral em mulher de 39 anos

Produtora ignorou sintomas comuns até receber diagnóstico de tumor cerebral agressivo

Por Maíra Campos em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
14/05/2025 10:54

No fim de 2021, a produtora de TV Charlotte Coxon, então com 39 anos, começou a sentir dores de cabeça fortes e inesperadas.

A produtora de TV Charlotte Coxon, então com 39 anos
A produtora de TV Charlotte Coxon, então com 39 anos - Reprodução/Brain Tumour Research

Mesmo com o desconforto constante, Charlotte continuou sua rotina normalmente. Ela manteve o trabalho e os cuidados com os filhos pequenos, sem imaginar que aquele sintoma seria sinal de algo grave.

O início de sintomas aparentemente inofensivos

As dores de cabeça se intensificaram ao longo das semanas, mas a falta de outros sinais preocupantes a fez adiar a busca por ajuda médica.

Com o passar do tempo, ela passou a enfrentar dificuldades em tarefas simples como escrever e dirigir. Atividades que antes eram automáticas exigiam agora esforço consciente.

O diagnóstico devastador

Em janeiro de 2022, Charlotte decidiu procurar atendimento médico. Os exames de imagem revelaram a presença de um glioblastoma no cérebro.

Esse tipo de tumor é altamente maligno e tem rápida progressão. Mais de 80% das pessoas com a doença morre antes de completar dois anos do diagnóstico.

Características do glioblastoma

Glioblastoma
Glioblastoma - Istock/Pikovit44

O glioblastoma é o tumor cerebral maligno mais comum em adultos e se forma a partir dos astrócitos, células que sustentam os neurônios.

Seu crescimento veloz afeta diretamente funções neurológicas, com sintomas como alterações motoras, fala comprometida e confusão mental. Esses são os principais fatores que determinam quais funções nervosas podem ser afetadas e, portanto, as reações neurológicas que podem surgir.

Quais são os sinais do câncer cerebral

Os sintomas podem variar conforme a área do cérebro afetada, mas alguns sinais comuns são persistentes em muitos pacientes.

Entre eles estão dores de cabeça matinais, náuseas, alterações de personalidade, convulsões, perda de visão periférica e fraqueza muscular.

Problemas de equilíbrio, fala comprometida e confusão também são indicadores de que algo mais sério pode estar acontecendo.

Tratamento intenso e rotina ativa

Após o diagnóstico, Charlotte passou por cirurgia para retirada do tumor. Em seguida, iniciou um ciclo de quimioterapia e radioterapia que durou seis semanas.

Apesar do tratamento exigente, ela optou por se manter ativa e continuar trabalhando. Nos dois anos seguintes, não apresentou novos sintomas e manteve a rotina.

Avanço do tumor e desfecho trágico

Em março de 2024, exames apontaram que o tumor havia voltado a crescer. O quadro clínico piorou rapidamente nas semanas seguintes.

Em 2 de julho, Charlotte acordou com dor de cabeça intensa e foi hospitalizada. Uma semana depois, ela faleceu, aos 41 anos.

O impacto da perda e o legado

O viúvo John Coxon hoje atua como voluntário na organização Brain Tumour Research, que busca apoio para pesquisas sobre tumores cerebrais.

Segundo ele, os filhos do casal, Thomas e Anna, de seis e três anos na época da morte de Charlotte, “seguem em processo de adaptação à perda da mãe.”

O caso de Charlotte chama atenção para a importância de não ignorar sintomas persistentes e aparentemente simples.