3 sintomas do Alzheimer a partir dos 30 anos

Apesar de raro, o declínio nesta idade exige atenção aos sinais iniciais

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
23/11/2024 17:30

Apesar de raro, o declínio nesta idade exige atenção aos sinais iniciais – sudok1/istock
Apesar de raro, o declínio nesta idade exige atenção aos sinais iniciais – sudok1/istock - sudok1/istock

O Alzheimer é comumente relacionado ao envelhecimento, mas, surpreendentemente, pode afetar pessoas jovens, a partir dos 30 anos. Quando isso acontece, é chamado de Alzheimer precoce, uma forma da doença que surge antes dos 65 anos. Estima-se que cerca de 3,9 milhões de pessoas no mundo, entre 30 e 64 anos, vivam com essa condição.

Apesar de ser raro, o transtorno aos 30 anos exige atenção aos sinais iniciais, já que, por ser neurodegenerativo, provoca uma perda gradual das funções cognitivas. No início, os sinais podem ser sutis e confundidos com outras condições, dificultando o diagnóstico.

Primeiros sintomas de Alzheimer em jovens

Entre os sinais mais comuns estão:

  • Dificuldade de concentração;
  • Alterações na coordenação motora;
  • Ansiedade elevada.

Embora a perda de memória seja um sintoma clássico, em jovens, outros sinais podem se destacar antes dela.

O professor Mark Dallas, da Universidade de Reading, destaca que, mesmo com a maioria dos casos ocorrendo após os 50 anos, fatores genéticos e outras condições podem antecipar o início da doença. Reconhecer os sinais precocemente é essencial para iniciar tratamentos que retardem seu avanço.

Fatores de risco para Alzheimer precoce

Entre os principais fatores que podem aumentar a vulnerabilidade estão:

  • Baixo condicionamento cardiovascular;
  • Déficits cognitivos na juventude;
  • Lesões cerebrais traumáticas;
  • Predisposição genética, incluindo alterações nos genes APP, PSEN1 e PSEN2. 

Para aqueles preocupados com o risco, testes genéticos podem identificar predisposições.

O Alzheimer precoce é mais agressivo?

Pesquisas sugerem que essa forma da doença pode evoluir mais rapidamente. As regiões do cérebro responsáveis por movimentos e processamento sensorial são mais afetadas, enquanto o hipocampo – essencial para a memória – tende a sofrer menos danos, em comparação ao Alzheimer tardio. Ainda assim, a expectativa de vida de pessoas com a doença nesta condição pode ser até dois anos menor.

Como prevenir?

Embora não exista uma cura, um estilo de vida saudável pode ajudar a proteger o cérebro. A prática regular de exercícios físicos e uma alimentação rica em vegetais, frutas secas e chocolate amargo têm sido associadas a uma menor probabilidade de desenvolver o estágio precoce do transtorno. 

Um estudo italiano descobriu que pessoas que se exercitavam mais de duas horas e meia por semana apresentavam melhores resultados em testes de memória, mesmo aquelas com predisposição genética.

Se você ou alguém próximo perceber indícios suspeitos, procure orientação médica. Um diagnóstico precoce pode fazer a diferença, trazendo mais qualidade de vida e possibilitando intervenções que retardem o avanço da doença.