Os sintomas da doença que causa a 3ª maior taxa de aposentadoria por invalidez

Caso não seja tratada, essa doença pode evoluir para problemas mais sérios e trazer lesões incapacitantes; saiba tudo

06/01/2025 05:15

A dor lombar, também conhecida como lombalgia, localizada na parte mais baixa da coluna, entre as últimas costelas e acima dos glúteos, pode comprometer o bem-estar e o rendimento das atividades de trabalhadores.

As dores nas costas podem ser agudas, que é a mais comum e pode ocorrer após um exercício físico intenso, má postura ou carregamento de peso, e a dor crônica pode persistir por mais de 12 semanas e sua origem é inflamação de algum nervo da coluna.

Má postura ao sentar pode contribuir para dor lombar
Má postura ao sentar pode contribuir para dor lombar - iStock/PeopleImages

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial tem, teve ou terá um desconforto (ou dor) na região lombar durante sua vida. Trata-se da 3ª causa mais comum de aposentadoria por invalidez. 

Segundo Cássia Xavier Santos, coordenadora do curso de Fisioterapia e Estética e Cosmética da Faculdade Santa Marcelina, o tratamento fisioterapêutico não pode estar focado apenas no alívio da dor utilizando recursos analgésicos, como eletroestimulação e calor. Já está bem claro na literatura atual que os pacientes que fazem uso apenas desses recursos não têm uma boa evolução com crises recorrentes.

“O tratamento deve estar baseado no uso de exercícios terapêuticos conduzidos pelo profissional fisioterapeuta, que é o especialista mais indicado para estes casos”, pontua.

Quais são os principais sintomas?

Quando a dor é localizada apenas na região da coluna lombar ela é chamada de lombalgia. Quando essa dor é proveniente da região lombar e se irradia para o membro inferior chamamos de lombociatalgia.

Os sintomas relacionados vão desde dores localizadas ou irradiadas, formigamento nos membros inferiores (pernas), no caso de lombociatalgias, até a perda de força muscular, perda da mobilidade do tronco e em casos mais graves podem levar a perda de movimento, dependendo do tipo de lesão.

Fatores de risco

A dor lombar pode acometer pessoas em diversas faixas etárias, inclusive crianças, porém é mais comum em pessoas com idade adulta (20 a 55 anos). Em indivíduos idosos, quase metade da população já relatou dores lombares.

É comum os problemas relacionados a própria coluna, como hérnia de disco, alterações posturais e artrose de coluna, serem um dos principais fatores de desencadeamento da lombalgia. 

Mas várias doenças podem gerar dores na região, tais como tumores, câncer acometendo útero, próstata, fraturas, cálculos renais, causas ginecológicas, doenças reumáticas, entre outros. Por isso, é importante saber a causa da dor e torna-se fundamental um bom diagnóstico.

Muitas pessoas não dão importância às dores lombares e deixam de identificar causas mais severas da doença. Portanto, quando não tratadas, podem evoluir para problemas mais sérios e trazer lesões incapacitantes.

Como identificar a doença?

Com relação a diagnóstico, ele será feito por meio de uma consulta onde deve ser realizado um exame físico do paciente, e também análises de imagem para verificar as possíveis alterações.

O comum de exames são RX, tomografia e ressonância magnética, porém dependendo da causa do problema, o médico pode solicitar exames laboratoriais como exame de sangue, urina, entre outros.

Tratamentos

  • Medicamentos

As dores passam pelo tratamento medicamentoso por meio de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, que deve ser orientado por um profissional médico.

A maior parte das dores lombares evoluem de maneira satisfatória entre 1 a 2 semanas sem a necessidade de uma intervenção mais severa, porém o tratamento pode evoluir necessitando de fisioterapia e nos casos mais graves a intervenção cirúrgica é a última alternativa de tratamento.

  • Fisioterapia

A fisioterapia é um procedimento muito utilizado nas dores lombares. Normalmente os acometimentos da coluna vertebral representam cerca de 35 a 40% do consultório do fisioterapeuta que trabalha com disfunções musculoesqueléticas.

Esse procedimento trabalha com recursos que visam o alívio da sintomatologia dolorosa, fortalecimento da musculatura que estabiliza a coluna vertebral e na reeducação postural.

O importante no tratamento dos pacientes com dor lombar é tratar a causa do problema e não apenas as dores.

  • Vida ativa

As últimas pesquisas relacionadas na área, mostram que o tratamento mais importante para este tipo de paciente deve focar em exercícios para fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna, tratamento da postura e educação em relação a dor do paciente.

O repouso deve ser apenas relativo, ou seja, o paciente acometido com dores lombares deve sim manter atividades dentro do controle do quadro doloroso e deve ser incentivado desde que acompanhado pelo seu fisioterapeuta e médico.

O esforço em excesso deve ser evitado no quadro agudo da lesão, porém o exercício e suas atividades são incentivados de acordo com a melhora do quadro clínico.

Dor lombar tem cura?

Como já dito, a cura da dor lombar está relacionada ao tratamento da causa e dependendo da situação é possível falar em cura.

A persistência dessas dores por mais de três meses é considerada a cronificação do problema e acomete de 6 a 8% dos pacientes. Estes pacientes crônicos respondem por 85% dos custos com as dores lombares.

Como evitar a doença?

A manutenção de atividades físicas regulares, como caminhadas, pilates, e o cuidado com a postura no dia a dia, pode ajudar no controle e prevenção do surgimento destas crises.