Sobe para 4 número de mortes por suspeita de contaminação de cerveja

A quarta vítima é uma mulher de 60 anos, moradora de Pompéu, que morreu no dia 28 de dezembro

Subiu para quatro o número de mortos sob suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada na cerveja Belorizontina, fabricada pela Backer. A informação foi divulgada na noite desta quinta-feira, 16, pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

A quarta vítima é uma mulher de 60 anos, moradora de Pompéu (a 174 km de Belo Horizonte), que morreu no dia 28 de dezembro. O caso foi notificado à polícia, que ainda não contabilizou o óbito.

Garrafas da cerveja Belorizontina encontradas nas casas das vítimas continham substância tóxica
Créditos: reprodução/Instagram
Garrafas da cerveja Belorizontina encontradas nas casas das vítimas continham substância tóxica

A secretária contabiliza outros 18 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol, a maioria deles –12—em Belo Horizonte.Todos eles apresentam sintomas da síndrome nefroneural (leia abaixo).

Outras marcas contaminadas

Nesta quinta-feira o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelou que identificou a presença de monoetilenoglicol e de dietilenoglicol em mais seis marcas de cervejas produzidas pela mineira Backer, totalizando oito rótulos contaminados.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulga lotes de cerveja contaminados
Créditos: Ministério da Agricultura
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulga lotes de cerveja contaminados

Além dos já divulgados três lotes de Belorizontina, que no Espírito Santo é comercializada com o rótulo de Capixaba, foram encontrados vestígios das substâncias tóxicas nas marcas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.

Ao todo, segundo o ministério, 21 lotes estão contaminados das oito cervejas produzidas pela Backer. Além desses, a Polícia Civil identificou mais um lote contaminado.

A ingestão da substância afeta os rins e também pode lesar o sistema nervoso.

Sintomas

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia e sua regional, a intoxicação por dietilenoglicol, evolui em diferentes fases.

Inicialmente, surgem sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal. Depois, na segunda fase, que ocorre cerca de 48 horas após a ingestão da substância, há a manifestação de insuficiência renal aguda, o que faz a pessoa procurar atendimento médico.

Doença causa náusea, vômito, dor abdominal e insuficiência renal aguda grave
Créditos: magicmine/istock
Doença causa náusea, vômito, dor abdominal e insuficiência renal aguda grave

A fase neurológica, que surge com 5 a 10 dias de doença, se caracteriza por perda visual, paralisia facial e degeneração das fibras musculares, podendo causar tetraparesia, desordem que enfraquece os músculos dos quatro membros.

Embora alguns pacientes possam se recuperar por completo, muitos acabam morrendo ou evoluem com lesões renais ou neurológicas permanentes.

Não há estabelecida uma dose mínima que seja considerada tóxica e, portanto, todas as pessoas que foram expostas à substância e apresentarem os sintomas devem procurar atendimento médico.

Lotes recolhidos

A cervejaria Backer anunciou que está recolhendo as cervejas do lote 1348, das linhas de produção L1 e L2, das casas dos consumidores. Mas a recomendação é para que ninguém consuma a bebida de nenhum lote. A orientação vale também para a cerveja Capixaba, que é o mesmo produto, mas com outro rótulo, vendida no Espírito Santo.