Sua personalidade pode influenciar se você terá maior ou menor risco de ter demência

Pesquisa publicada em Alzheimer’s and Dementia identifica a influência de traços de personalidade no risco de demência e seus efeitos na saúde cerebral

06/09/2024 21:29

Estudo comparou os diagnósticos de demência com os “cinco grandes” traços de personalidade. Saiba quais te colocam em maior risco da doença.
Estudo comparou os diagnósticos de demência com os “cinco grandes” traços de personalidade. Saiba quais te colocam em maior risco da doença. - AndrewLozovyi/DepositPhotos

Um estudo recente publicado na revista Alzheimer’s and Dementia descobriu uma associação entre traços de personalidade e o risco de demência. A pesquisa analisou dados de 44.531 pessoas, com idades variando entre 49 e 81 anos, coletados de oito estudos menores. Desses participantes, 1.703 desenvolveram demência.

Influência dos traços de personalidade

A pesquisa se baseou nos “cinco grandes” traços de personalidade para comparar com os diagnósticos de demência:

  • Abertura a experiências: relacionada à criatividade e à busca por novidades.
  • Conscienciosidade: Foco em organização e planejamento.
  • Extroversão: Preferência por interações sociais e estimulação.
  • Amabilidade: Tendência a ser cooperativo e prestativo.
  • Neuroticismo: Sensibilidade ao estresse e emoções negativas.

Os pesquisadores também consideraram o afeto positivo e negativo, identificando que o neuroticismo e o afeto negativo estavam associados a um maior risco de demência, enquanto a conscienciosidade, a extroversão e o afeto positivo apresentaram efeitos protetores.

Resultados e implicações

Embora a pesquisa mostre uma complexa interação entre personalidade, bem-estar e risco de demência, os fatores psicológicos não demonstraram uma relação consistente com os sinais neuropatológicos de demência. Indivíduos com altos níveis de neuroticismo não apresentaram necessariamente mais danos cerebrais associados à demência. Os autores destacam que esses resultados podem auxiliar na identificação precoce e no planejamento do tratamento da demência.

Além disso, a abertura a experiências e o afeto positivo mostraram efeitos protetores contra o diagnóstico de demência em 42% e 50% dos estudos analisados, respectivamente. Os pesquisadores especulam que certos traços de personalidade podem ajudar os indivíduos a lidar melhor com deficiências cognitivas, embora não tenham encontrado associações significativas entre gênero, educação e a conexão personalidade-demência.