Submetida a transplante, mulher pode ter sido curada de HIV
Mulher foi curada do HIV sem a necessidade de tratamentos conhecidos como terapia antirretroviral
Nos Estados Unidos, um transplante de células-tronco realizado em uma paciente que apresentava quadro de leucemia pode ter contribuído para curá-la do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
O anúncio foi feito pela equipe de especialistas à frente do caso durante Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunísticas na cidade norte-americana de Denver.
O caso foi o primeiro envolvendo sangue de cordão umbilical para tratar leucemia mieloide aguda, que começa nas células formadoras de sangue na medula óssea.
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Desde que recebeu o sangue do cordão umbilical, a mulher está em remissão e livre do HIV, sem a necessidade de tratamentos conhecidos como terapia antirretroviral.
Isso faz com que ela seja considerada livre do vírus e será considerada curada se não houver alterações.
Terceiro caso de cura: o que dizem os cientistas
O caso faz parte de um estudo amplo liderado pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e pela Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, que acompanha 25 pessoas com HIV que se submetem a transplantes de células-tronco para o tratamento de câncer e outras doenças graves.
Este é o terceiro caso de cura da doença partir do mesmo procedimento. Os dois primeiros casos são de pacientes homens.
O primeiro ocorreu em 2007, quando Timothy Brown, que por muito tempo foi identificado apenas como “paciente de Berlim”, passou pelo transplante para tratar leucemia. Ele conseguiu se livrar, não só do câncer, como também do HIV. Até hoje, 12 anos depois, Brown não voltou a apresentar sinais das doenças.
O mais recente relato é do ano passado. Trata-se de um paciente inglês, cuja as amostras de sangue não apresentam sinais da infecção 30 meses após o fim do tratamento. A remissão do vírus também foi creditada a um transplante de células-tronco.
Os cientistas acreditam que esses indivíduos desenvolvem um sistema imunológico resistente ao HIV. “Durante um transplante de medula óssea, as células do sistema imune do paciente são integralmente substituídas por células do doador, o que permite eliminar a grande maioria das células infectadas”, explica Asier Sáez-Cirion, virologista e um dos autores do estudo.
“Trata-se de uma situação excepcional quando todos esses fatores coincidem para que este transplante seja um duplo sucesso, tanto para a cura da leucemia quanto do HIV”, completa.