Superfungo Candida auris chega em SP; saiba situação
Hospital da Mulher da Unicamp identifica primeiro caso no Estado de São Paulo
O Hospital da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou oficialmente o registro do primeiro caso do superfungo Candida auris no Estado de São Paulo.
O microrganismo foi identificado em um bebê prematuro no dia 18 deste mês e apresenta uma evolução clínica satisfatória. Paralelamente, Pernambuco, que enfrenta um surto do fungo, comunicou a detecção de novas infecções, elevando para nove o número total de pacientes infectados no estado desde o início de maio.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou na segunda-feira a confirmação de dois novos casos de infecção por Candida auris, em dois homens de 50 e 54 anos que já estavam internados por outras condições de saúde.
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Em uma nota técnica, a secretaria ressalta a importância de identificar e controlar rapidamente os surtos de Candida auris, considerando-os eventos de relevância para a saúde pública. Estimativas indicam que entre 30% e 60% dos afetados pela infecção acabam falecendo.
O que é Candida auris?
Descoberto no Japão em 2009, o superfungo Candida auris tem sua origem ainda pouco compreendida. No entanto, pesquisadores apontam que as mudanças climáticas e o aquecimento global podem estar relacionados ao surgimento e à disseminação desse microrganismo pelo mundo. O C. auris costuma afetar principalmente indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos, como idosos e imunossuprimidos, em ambientes hospitalares, ou seja, pacientes que já estavam internados.
As autoridades de saúde dos Estados Unidos têm emitido alertas devido à resistência do fungo Candida auris aos medicamentos antifúngicos convencionais, o que contribui para sua alta taxa de letalidade, que pode ultrapassar 50% dos casos de infecção.
No Brasil
Um recente estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que Pernambuco foi o estado brasileiro onde ocorreu o maior surto de Candida auris, o superfungo que representa uma grave ameaça à saúde global. Entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, foram registrados 48 casos da doença na capital Recife, o número mais elevado desde a confirmação do fungo no país, em dezembro de 2020, na cidade de Salvador, Bahia.
Na ocasião da sua chegada ao Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ressaltou a gravidade do fungo, destacando que algumas cepas são resistentes a todas as principais classes de antifúngicos, e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, pois C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies. Esses alertas reforçam a importância de medidas rigorosas de vigilância e controle para conter a disseminação desse microrganismo de alto risco.
Como é transmitido?
“O mecanismo de transmissão da C. auris dentro dos serviços de saúde ainda não é totalmente conhecido. No entanto, evidências iniciais sugerem que ela se dissemina no serviço de saúde por contato com superfícies ou equipamentos contaminados de quartos de pacientes colonizados/infectados, sendo, portanto, fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle com ênfase na higiene das mãos e limpeza e desinfecção do ambiente e equipamentos”, diz o documento da SES-PE.