Como este suplemento reduz os impactos do colesterol alto?

O colesterol elevado atinge 40% da população adulta no Brasil e cerca de 20% de crianças e adolescentes

25/11/2024 13:00

 

O colesterol alto pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, angina e AVC – iSTock/jamesbenet
O colesterol alto pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, angina e AVC – iSTock/jamesbenet - iSTock/jamesbenet

Um estudo recente da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, sugeriu que um suplemento simples pode ser a chave para controlar o colesterol elevado, especialmente em pessoas com predisposição genética para essa condição.

Utilizando dados genéticos de mais de 441.000 pessoas, os cientistas calcularam uma pontuação para prever o risco de altos níveis de colesterol total, LDL (colesterol “ruim”), triglicerídeos e HDL (colesterol “bom”). O resultado? 

Aqueles que relataram o uso de suplementos de óleo de peixe apresentaram níveis de lipídios no sangue mais baixos do que o esperado, particularmente no que diz respeito ao colesterol total, LDL e triglicerídeos.

Como o suplemento diminui risco de colesterol alto

A pesquisa foi publicada no The American Journal of Clinical Nutrition em julho deste ano. Segundo o Dr. Kaixiong Ye, principal autor do estudo e professor assistente de genética, “nossos achados indicam que os suplementos de óleo de peixe podem ajudar a mitigar a predisposição genética ao colesterol elevado.”

O colesterol alto é um problema enfrentado por milhões, causado por uma série de fatores — incluindo a genética, sobre a qual não temos controle. Condições hereditárias, como a hipercolesterolemia familiar (HF), são um exemplo clássico, onde mutações genéticas alteram a forma como o corpo lida com o colesterol, especialmente o LDL. Para aqueles com histórico familiar de colesterol elevado, essa pesquisa abre portas para novas opções de proteção à saúde.

Entretanto, antes de correr para o suplemento de óleo de peixe, é preciso considerar algumas limitações. Primeiramente, o estudo se baseou no uso auto-relatado de óleo de peixe, o que pode ser impreciso. Além disso, não foram fornecidas informações sobre as doses ou a duração do uso do suplemento. Como se trata de um estudo observacional, não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito.

Outro ponto importante é que a maioria dos participantes tinha ascendência europeia, o que limita a generalização dos resultados para outras populações. E, por fim, o estudo não considerou a ingestão alimentar de peixe, o que também poderia influenciar os resultados.

Em resumo, embora os achados sejam promissores, mais pesquisas são necessárias para entender completamente as implicações do óleo de peixe no controle do colesterol, principalmente para aqueles com predisposição genética.