Surpreendente estudo liga alimentos comuns ao risco de Parkinson

Estudo com 42 mil pessoas liga ultraprocessados a sinais iniciais de Parkinson. Veja o que muda na sua alimentação

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
07/06/2025 13:02 / Atualizado em 24/06/2025 21:50

A prevenção do Parkinson pode começar com o que você decide comer todos os dias.
A prevenção do Parkinson pode começar com o que você decide comer todos os dias. - iSTock/Jacob Wackerhausen

Uma pesquisa publicada na revista Neurology lançou um alerta inquietante: o consumo frequente de alimentos ultraprocessados pode mais que dobrar o risco de sintomas iniciais do Parkinson. Segundo o estudo, pessoas que ingerem cerca de 11 porções diárias desses produtos têm 2,5 vezes mais chances de desenvolver sinais precoces da doença, em comparação com aquelas que consomem apenas três porções por dia.

Para entender o que constitui uma porção, os pesquisadores apontam exemplos cotidianos:

  • 1 refrigerante (237 ml)
  • 1 cachorro-quente
  • 1 fatia de bolo industrializado
  • 1 colher de sopa de ketchup
  • 28g de batatas fritasEsses itens, comuns na rotina alimentar de milhões, estão cada vez mais associados a impactos negativos na saúde do cérebro.

Sinais que antecedem o diagnóstico

A análise acompanhou mais de 42 mil pessoas por até 26 anos, identificando uma conexão entre o alto consumo de ultraprocessados e o aparecimento de sintomas prodrômicos do Parkinson — uma fase que precede o diagnóstico oficial. Entre os sinais precoces observados estão:

  • Constipação crônica
  • Depressão persistente
  • Dores musculares
  • Distúrbios do sono REM
  • Sonolência diurna excessiva
  • Perda do olfato e alterações visuaisAinda que nenhum diagnóstico clínico de Parkinson tenha sido confirmado durante o estudo, os autores alertam: múltiplos sintomas prodrômicos aumentam consideravelmente o risco futuro da doença.
Estudo aponta que escolhas alimentares podem antecipar sinais do Parkinson em décadas.
Estudo aponta que escolhas alimentares podem antecipar sinais do Parkinson em décadas. - Getty Images

O que a ciência revela sobre a alimentação

Os ultraprocessados são ricos em açúcares, gorduras ruins, sal e aditivos químicos — e pobres em fibras e nutrientes. Essa composição pode favorecer a inflamação cerebral, o estresse oxidativo e o desequilíbrio da microbiota intestinal, fatores diretamente ligados a doenças como o Parkinson.

O pesquisador Xiang Gao, diretor do Instituto de Nutrição da Universidade Fudan, na China, destaca que “uma dieta rica em alimentos integrais e minimamente processados pode ser uma ferramenta poderosa para proteger o cérebro”.

Escolhas que preservam a mente

A prevenção de doenças neurodegenerativas pode começar com o que se coloca no prato. Veja alimentos a evitar e a priorizar:

Evite:

  • Refrigerantes e bebidas adoçadas
  • Bolos, doces e biscoitos industrializados
  • Produtos de longa validade prontos para consumo
  • Molhos industrializados
  • Lanches salgados de pacote

    Priorize:

  • Frutas, legumes e verduras frescas
  • Grãos integrais
  • Nozes, castanhas e sementes
  • Carnes magras
  • Alimentos naturais e pouco processados

Parkinson: sintomas incomuns ganham destaque

Além dos tremores, a doença de Parkinson pode apresentar sinais menos conhecidos, como perda do olfato, distúrbios do sono e alterações intestinais. Especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce, pois esses sintomas muitas vezes antecedem os motores, favorecendo intervenções mais eficazes e retardando a progressão da doença. Clique aqui para saber mais.