Surto de coqueluche alerta para importância da vacinação
Aumento de casos de coqueluche na Europa, na China e no Brasil destaca a importância da vacinação
A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis e popularmente conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória que afeta pessoas em todo o mundo. Suas principais características são crises de tosse seca, podendo também afetar a traqueia e os brônquios.
A doença tende a se espalhar mais facilmente durante períodos de clima ameno ou frio, como na primavera e no inverno. Em crianças, a imunidade só é adquirida com a administração das três doses da vacina, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos. Bebês com menos de 6 meses correm risco de complicações graves, podendo até ser fatal.
O Ministério da Saúde do Brasil enfatiza que a vacinação é a principal forma de prevenir a coqueluche em crianças menores de 1 ano, com doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos, além da imunização de gestantes, puérperas e profissionais da saúde.
O esquema vacinal inicial inclui três doses da vacina penta (protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b), administradas aos 2, 4 e 6 meses, seguidas de reforços com a vacina DTP (tríplice bacteriana).
Diante dos surtos, o Ministério da Saúde publicou recentemente uma nota técnica recomendando a ampliação e intensificação da vacinação contra a coqueluche no Brasil.
Casos de coqueluche no mundo
Na União Europeia, pelo menos 17 países registraram aumento de casos de coqueluche. Entre janeiro e dezembro do ano passado, segundo divulgado pela Agência Brasil, foram notificadas 25.130 ocorrências, enquanto nos primeiros três meses deste ano, 32.037 casos foram registrados, com maior incidência entre menores de 1 ano, seguidos pelos grupos de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos.
A China reportou 32.380 casos de coqueluche e 13 mortes até fevereiro de 2024. Na Bolívia, houve 693 casos confirmados de janeiro a agosto de 2023, com 435 em menores de 5 anos e oito mortes.
No Brasil, o último pico epidêmico foi em 2014, com 8.614 casos confirmados. Entre 2015 e 2019, os casos variaram entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, os casos diminuíram devido à pandemia de covid-19 e ao isolamento social. Entre 2019 e 2023, todos os estados brasileiros notificaram casos de coqueluche, com Pernambuco liderando (776 casos), seguido por São Paulo (300), Minas Gerais (253), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). Nesse período, 12 mortes foram registradas, sendo 11 em 2019 e uma em 2020.
Em 2024, São Paulo registrou 139 casos de coqueluche de janeiro até o início de junho, um aumento de 768,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, que teve 16 casos.
*Com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde.