Tamanho do cérebro pode indicar relação com Parkinson e TDAH, indica estudo
Estudo lançou mão de amostras de DNA e exames de ressonância magnética de quase 75 mil indivíduos
Em meio ao avanço da ciência, especialistas estão desvendando como o tamanho de certas áreas do cérebro pode estar relacionado a doenças neurológicas como Parkinson ou TDAH. A ideia é que, ao identificar regiões que se mostram maiores ou menores em pessoas afetadas, seja possível entender melhor as causas desses problemas.
Um dos caminhos para isso é descobrir genes que controlam o crescimento ou encolhimento anormal dessas áreas. Em um estudo inovador publicado na Nature Genetics, uma equipe global de pesquisadores identificou 254 variantes genéticas ligadas a partes do cérebro responsáveis por funções como memória, habilidades motoras e comportamentos aditivos.
“Muitas doenças cerebrais têm componentes genéticos conhecidos, mas nossa meta é localizar as mudanças específicas no DNA que levam a essas condições,” explicou Paul Thompson, diretor associado do Instituto de Neuroimagem e Informática Mark e Mary Stevens da Universidade do Sul da Califórnia, que participou do estudo.
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Por que o tamanho do cérebro pode indicar doenças neurodegenerativas?
Para essa investigação, foram analisadas amostras de DNA e exames de ressonância magnética de quase 75 mil indivíduos de origem europeia, medindo o volume de áreas-chave do cérebro. Os resultados revelaram uma ligação entre o volume cerebral e o risco de doenças como Parkinson e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). De acordo com os cientistas, as variantes genéticas explicam até 10% das diferenças observadas no tamanho cerebral.
Segundo o professor de neurogenômica computacional no Instituto de Pesquisa Médica de Queensland, Austrália, Miguel Rentería, os achados representam um grande avanço para a área da neurociência: “Já sabemos que o TDAH e o Parkinson têm uma base biológica sólida, e esta pesquisa nos aproxima de uma compreensão mais profunda que poderá, no futuro, transformar o tratamento dessas condições.”
Contudo, embora o estudo sugira uma forte correlação entre o volume cerebral e essas doenças, os próprios autores alertam que ainda é preciso realizar mais pesquisas para estabelecer uma relação de causa e efeito entre as variações genéticas e os distúrbios.