Descoberta a técnica que permite detectar Alzheimer em fase inicial

Pesquisadores revelam biomarcadores que podem ajudar no diagnóstico de Alzheimer antes dos sintomas avançarem

23/09/2024 12:33

Novos estudos, publicados na revista Alzheimer’s & Dementia, analisam técnicas que podem ajudar a identificar a doença de Alzheimer em estágio inicial.

 

Esses avanços são importantes, porque um dos principais desafios para o tratamento do Alzheimer é a dificuldade em diagnosticar a doença logo no início.

Identificar o Alzheimer em fase inicial é um desafio
Identificar o Alzheimer em fase inicial é um desafio - iSTock/haydenbird

Qual técnica permite identificar o Alzheimer em fase inicial?

Estudos recentes demonstraram que microRNAs, que são biomarcadores baseados no sangue, podem ser utilizados para diagnosticar o início de Alzheimer. 

Os pesquisadores envolvidos neste estudo são da Universidade de Boston, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, ambos nos Estados Unidos, e da Iniciativa de Neuroimagem da Doença de Alzheimer (ADNI) e do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE), na Alemanha.
 
Segundo eles, ao contrário dos atuais biomarcadores, os microRNAs podem servir como biomarcadores moleculares do sangue anos antes da doença de Alzheimer se manifestar clinicamente.

Isso ajudaria a identificar a doença mais cedo para prevenção e intervenção eficazes, o que poderia interromper sua progressão.

Metodologia do estudo

Para chegar a essa conclusão, os estudiosos examinaram miRNA nas amostras de plasma de três grupos de participantes, sendo eles:

  1. participantes cognitivamente normais;
  2. participantes levemente prejudicados cognitivamente;
  3. pacientes com demência devido a doença de Alzheimer.

Ao final, eles descobriram que a avaliação do microRNA plasmático, quando combinada com testes neuropsicológicos, ajuda a prever quais idosos com declínio cognitivo poderão progredir e desenvolver Alzheimer.

Como esses biomarcadores podem identificar a doença?

Conforme os cientistas, esses microRNAs funcionam como pequenos “controladores” das células. Eles são muito estáveis e têm a capacidade de regular diversas proteínas ao mesmo tempo, o que mantém o equilíbrio nas funções celulares.

Sendo assim, ao analisar esses biomarcadores, eles podem informar sobre alterações patológicas complexas que refletem múltiplas vias, como neuroinflamação, alterações metabólicas ou disfunção das sinapses.