Terapia genética consegue remissão de câncer incurável

Estudo publicado hoje mostra que terapia genética foi capaz de causar uma remissão progressiva de mieloma múltiplo, tipo de câncer no sangue (ainda incurável) e que pode danificar os ossos, o sistema imunológico, os rins e a contagem de glóbulos vermelhos.

94% dos pacientes estudados apresentaram remissão da doença
Créditos: Getty Images/iStockphoto
94% dos pacientes estudados apresentaram remissão da doença

A pesquisa foi feita inicialmente com 35 pacientes, sendo que 33 deles (94%) apresentaram remissão da doença – quando não há sinais dela, mas ainda não se pode dizer que se está curado – apenas dois meses depois de começarem a imunoterapia com de células T, responsáveis pelo sistema imunológico.

Essas células foram retiradas dos próprios pacientes, depois foram modificadas em laboratório com receptor de antígeno quimérico (CAR) e voltaram a ser injetadas nos participantes da pesquisa, por meio intravenoso.

A reprogramação genética das células T envolve a inserção de um gene projetado artificialmente no genoma dessas células, o que as ajuda a encontrar e destruir células cancerosas em todo o corpo.

Dez dias depois desse processo já surgiram os primeiros resultados positivos. Além disso, a maioria dos pacientes apresentou poucos efeitos colaterais.

Os dados da pesquisa foram divulgados durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica 2017 (ASCO), em Chicago, nos EUA, e publicados hoje no site da entidade.

“Embora os avanços recentes na quimioterapia tenham uma prolongado a expectativa de vida em [pacientes com] mieloma múltiplo, este câncer permanece incurável. Parece que com esta nova imunoterapia pode haver uma chance de cura para o mieloma múltiplo, mas precisamos acompanhar estes pacientes por muito mais tempo para confirmar isso”, disse o autor do estudo, Wanhong Zhao, PhD e diretor associado de hematologia no Second Affiliated Hospital of Xi’an Jiaotong University, em Xi’an, China.

Próximos passos

Os pesquisadores planejam estudar um total de 100 pacientes em nova pesquisa, distribuídos em quatro hospitais participantes na China.

“No início de 2018, também planejamos lançar um ensaio clínico similar nos Estados Unidos. Olhando para frente, gostaríamos também de saber se a terapia com células T beneficia pacientes que são recém-diagnosticados com mieloma múltiplo”, disse Zhao.