Terapia genética pode transformar o tratamento de Parkinson

Doença de Parkinson: Pesquisa chinesa traz promessa de tratamento inovador

03/11/2023 22:30

Uma nova descoberta inovadora marca o campo da neurociência: uma equipe de cientistas da Academia Chinesa de Ciências (CAS) revelou um avanço significativo no tratamento da doença de Parkinson.

Esta notícia traz novas esperanças para milhões de pacientes ao redor do mundo que lutam contra essa doença degenerativa.

Terapia genética pode transformar o tratamento de Parkinson
Terapia genética pode transformar o tratamento de Parkinson - iSTock

Terapia genética pode transformar o tratamento de Parkinson

A pesquisa, publicada na revista Cell, sugere que uma abordagem de terapia genética pode melhorar os sintomas motor da doença, e até mesmo controlar completamente o tremor característico da mesma.

Aparentemente, a administração de uma única dose do tratamento proporcionou alívio dos sintomas por mais de 24 horas em animais de teste.

O que essa descoberta significa para pacientes com Parkinson?

Além do benefício direto para os pacientes com Parkinson, esta inovação da terapia genética também tem potencial para impactar positivamente o tratamento de outras doenças cerebrais.

Isso abre caminho para futuras estratégias terapêuticas direcionadas para várias condições baseadas em circuitos neurais. A conquista representa um grande salto em frente para a saúde e a medicina em geral.

Como funciona essa terapia genética?

Os principais atores dessa abordagem terapêutica são os dois caminhos neurais do cérebro, conhecidos como ‘via direta’ e ‘via indireta’.

Estas vias são vitais para o controle do movimento e estão diretamente relacionadas ao funcionamento do estriado, uma estrutura do cérebro.

Na doença de Parkinson, a relação entre estas vias é alterada, levando a diversos sintomas motores. A terapia genética intervém aqui, manipulando de forma seletiva os circuitos neurais afetados.

Os pesquisadores usaram um vírus modificado como marcador para identificar as áreas cerebrais específicas responsáveis pelos movimentos voluntários.

Uma vez marcadas, eles adicionaram elementos que ajudariam a ‘ligar’ ou ativar apenas as células que desejavam trabalhar. Posteriormente, conseguiram aumentar a eficiência da ‘via direta’, melhorando o controle sobre os movimentos e consequentemente aliviando os sintomas motores da doença.

Quais são as próximas etapas?

Apesar dos resultados promissores, ainda há um longo caminho a percorrer. É vital avaliar a eficácia desta terapia em humanos e investigar possíveis efeitos colaterais. Como nos lembra o neurocirurgião Dr. Amauri Godinho Júnior, é necessário avançar com cautela.

“Esse seria um tratamento eficaz, mas contínuo. Testes em seres humanos seriam uma nova fase de validação. Os resultados até agora são bastante otimistas.”

Este avanço na pesquisa sobre a doença de Parkinson traz um novo raio de esperança para aqueles afetados pela doença e suas famílias. No entanto, a jornada da ciência continua, sempre em busca de novos conhecimentos e melhores tratamentos.