Teste de ilusão de ótica pode revelar de maneira rápida quem tem autismo

Estudo mostra que crianças com autismo leve enxergam ilusões de ótica de modo diferente

Especialistas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, afirmam que um teste de ilusão de ótica pode auxiliar na identificação rápida do autismo leve, especialmente em crianças. O estudo, publicado no Journal of Neuroscience, utiliza um desenho como base para a avaliação.

De acordo com os pesquisadores, se a pessoa não conseguir localizar prontamente o quadrado branco enquanto se concentra nas marcas pretas, é provável que tenha autismo leve.

teste autismo
Créditos: reprodução/The Journal of Neuroscience,

Os autores do estudo explicam que indivíduos com autismo processam informações de maneira diferente. Eles focam intensamente em um único elemento por vez, em vez de observar a figura como um todo. Nesse caso, as marcas pretas chamam mais atenção.

A autora do estudo, Emily Knight, explica que nosso cérebro reúne peças de um objeto ou cena visual para nos auxiliar a interagir com o ambiente.

Ela afirma que, ao visualizar imagem, o cérebro leva em consideração nossa experiência para antecipar estímulos sensoriais, lidar com ambiguidades e preencher informações faltantes.

Entretanto, segundo Knight, os resultados sugerem que crianças com autismo “podem não ser capazes de prever e preencher as informações visuais que faltam como seus colegas neurotípicos”.

Ilusão de ótica

O estudo contou com a participação de 60 crianças, sendo 29 delas diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

A equipe utilizou um estilo clássico de ilusão de ótica, que envolve linhas ou formas simples, como círculos, com partes ausentes.

Quando dispostos de forma específica, os espaços vazios se alinham para formar uma segunda forma em seu espaço negativo.

A partir da atividade cerebral das crianças com idades entre 7 e 17 anos com TEA, os pesquisadores observaram um atraso no processamento da ilusão.

No entanto, os cientistas destacam que isso não significa necessariamente que os participantes não foram capazes de perceber a forma formada pelas imagens de contorno, mas indica que seus cérebros processaram a ilusão de uma forma não automática.