Tipo de gordura oculta aumenta o risco de Alzheimer, aponta estudo 

Segundo pesquisas sobre o tema, esse tipo de gordura, chamada de visceral, pode se acumular ao redor dos órgãos até mesmo de pessoas com IMC saudáveis

Associada a maior chance de desenvolvimento de Alzheimer, gordura visceral atinge grande parte da população brasileira – iStock/Getty Images
Créditos: iStock/Waridsara Pitakpon
Associada a maior chance de desenvolvimento de Alzheimer, gordura visceral atinge grande parte da população brasileira – iStock/Getty Images

Pessoas com grandes quantidades de gordura armazenada em torno dos órgãos, à medida que envelhecem, podem correr maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer, revela estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. 

Segundo pesquisas sobre o tema, esse tipo de gordura, chamada de visceral, pode se acumular ao redor dos órgãos até mesmo de pessoas com IMC saudáveis. Além disso, elas estão associadas a alterações no cérebro, inflamação sistêmica – quando o sistema imunológico está constantemente ativado, mesmo quando não há ameaça à saúde – e a níveis mais elevados de insulina, situações associadas ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Como saber se tenho esse tipo de gordura? 

Embora necessária uma ressonância magnética do abdômen para confirmar que uma pessoa tem gordura visceral, é possível observar alguns sinais dessa gordura. Estes sinais são:

  • Uma cintura maior que os quadris.
  • Açúcar no sangue alto o suficiente para um diagnóstico de diabetes ou pré-diabetes.

Gordura x Alzheimer: Detalhes do estudo

Para entender a relação entre a gordura visceral no risco de Alzheimer, os pesquisadores analisaram dados de 54 voluntários cognitivamente saudáveis, com idades entre 40 e 60 anos, que tinham IMC médio de 32. Um IMC de 30 ou superior é considerado obeso. Os pesquisadores mediram uma série de parâmetros de saúde, incluindo os níveis de insulina e de açúcar no sangue.

Usando exames de ressonância magnética, eles avaliaram a quantidade de gordura logo abaixo da pele, bem como o que circundava os órgãos. As ressonâncias magnéticas também foram usadas para medir a espessura do córtex – a camada externa do cérebro responsável por funções como fala, percepção, memória de longo prazo e julgamento – que se torna mais fino à medida que a doença de Alzheimer progride.

PET scans foram determinaram se duas proteínas associadas ao Alzheimer – tau e amiloide – estavam presentes em maior volume.

O que mostram os resultados? 

Ao analisarem as medições de gordura e os exames cerebrais em conjunto, os especialistas descobriram que os participantes com mais gordura visceral tinham maiores acúmulos de amiloide nos seus cérebros, sugerindo que poderiam estar em maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Ou seja, como o desenvolvimento inicial da doença de Alzheimer no cérebro pode começar até 20 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas, os investigadores querem agora estudar o potencial impacto a longo prazo da gordura visceral.

Como perder gordura visceral?

A resposta é simples: através de exercícios, especialmente exercícios aeróbicos. Também é importante adotar uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Evitar excesso de açúcares, gorduras saturadas e alimentos processados.

Embora seja mais provável que uma pessoa obesa tenha os dois tipos de gordura (a subcutânea e visceral), pessoas magras também podem ter gordura visceral, mas não percebem isso.