Transtorno alimentar: 6 hábitos que não são normais
A Coach de Saúde Lígia Fabreti fala sobre sua vivência com os transtornos alimentares e como melhorar a relação com a comida.
Transtorno alimentar é uma realidade que nem sempre está visível. Quando eu fazia dieta, eu conhecia dois jeitos de comer:
- Estilo zumbi – inconsciente, fingindo que não estava ali, comendo tudo que via pela frente, rápido, sem sentir o gosto, com culpa, com medo de engordar.
- Estilo “Fome? Que isso?” – ficando sem comer (ou pelo menos tentar) como punição por ter comido, por medo de engordar, pra tentar emagrecer, pela culpa por ter comido ou porque eu tinha medo de comida.
Eu devia saber que essa prática não era sustentável, mas era a única forma que eu conhecia de me relacionar com comida. Eu amava e eu temia, e de um jeito ou de outro,a comida estava sempre no centro da minha vida.
Eu começava uma dieta com determinação inabalável, super comprometida, prometendo superar qualquer desejo, jurando disciplina pra seguir o cardápio bonitinho e nada além dele.
Dois dias depois estava devorando o mundo.
Tecla repeat milhares e milhares de vezes.
Foram muitos quilos emagrecidos e engordados, muitas promessas, muitas recaídas, muitos episódios de compulsão alimentar, de autorrejeição, muita alienação e inconsciência. Muito estar no corpo sem habitar esse corpo.
Eu demorei muito pra descobrir que não era normal viver assim e quando entendi sobre esse transtorno alimentar, percebi que minha relação com a comida tinha muitas outras coisas malucas e transtornadas, atitudes que eu nem percebia que estava fazendo. Por isso vou falar mais sobre minha vivência.
Conheça as atitudes do transtorno alimentar:
1. Oscilar entre restrição e compulsão alimentar
Eu ignorava todos os sinais de desejo, fome ou saciedade do meu corpo. Eu seguia o que me falavam e ignorava minha própria intuição! Estava sempre procurando uma nova dieta, evitando o último vilão apontado pelos terroristas nutricionais, correndo atrás de uma nova promessa pra me fazer emagrecer. Eu estava em todos os lugares, menos no meu próprio corpo. Quando eu aprendi a ouvir e confiar no meu corpo, eu descobri o que era paz e equilíbrio.
2. Dividir a comida entre permitida e proibida
Maçã pode, chocolate não. Alface sim, macarrão não. E adivinha o que eu sempre queria comer? Claro, o que não podia. E tudo que é proibido se torna muito, muito, muito mais atraente. No fim das contas, quando comecei a alimentação consciente e intuitiva, eu já não sabia mais o que eu realmente gostava e o que eu desejava só por não poder comer. Quando se come intuitivamente, não existe diferença entre comidas “boas” e “ruins”. É tudo comida. Isso não quer dizer que não exista diferença nutricional entre uma maçã e uma torta de maçã. A questão é que depois da torta de maçã, se você ouvir, vai perceber que seu corpo pede naturalmente algo mais nutritivo para compensar o excesso de gordura e açúcar.
3. Sentir vergonha de comer na frente dos outros
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