Três bebidas que aumentam o risco de demência, segundo especialistas
Pesquisa observou estilo de vida e antecedentes médicos de milhares de pessoas para entender a relação
Um estudo recente divulgado na Alemanha investigou a relação entre o consumo de bebidas açucaradas e o aumento da incidência de demência.
Para entender a possível relação entre os dois fatores, o levantamento, publicado no periódico científico Springer Nature, analisou a dieta de 186.622 participantes do UK Biobank – um banco de dados online de registros médicos e de estilo de vida – entre as idades de 37 a 73 anos, ao longo de uma década.
Efeitos do açúcar
Os resultados mostraram que bebidas com altos níveis de açúcares livres – aquelas para as quais o açúcar é adicionado durante o processo de fabricação, como sucos de frutas, bebidas de leite saborizadas e refrigerantes de alto teor de gordura – aumentam significativamente o risco de demência.
Além disso, as bebidas de frutas, mesmo aquelas contendo açúcares naturalmente presentes, também foram associadas à doença, mas em menor grau. Por outro lado, o consumo de chá e café não apresentou qualquer risco.
Por que essas bebidas aumentam risco de demência
Outros resultados já revelaram que o consumo excessivo de açúcar pode causar inflamações no corpo, que estão associadas a doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.
A pesquisa também destacou que o açúcar, consumido na forma líquida, é mais prejudicial do que o presente em alimentos sólidos. Isso porque o cérebro não registra calorias de açúcar líquido da mesma forma que as de alimentos sólidos.
Ingerir calorias líquidas não provoca a sensação de saciedade, fazendo com que o indivíduo acabe consumindo mais e aumentando o risco de ganho de peso.
Resumindo, o estudo ressalta o papel de um estilo de vida saudável na prevenção da demência. Ter uma dieta equilibrada e sem excesso de açúcares ainda é a principal recomendação dos especialistas.
E os aditivos
Apesar de a obesidade associada ao elevado consumo de ultraprocessados seja frequentemente apontada pelo aumento do risco de câncer, este último estudo prova que pode não ser o único fator culpado.
Isso porque os autores do estudo sugeriram que outros mecanismos poderiam explicar os riscos mais elevados associados de câncer da boca e de garganta – tais como a presença de aditivos, incluindo emulsionantes e adoçantes artificiais, anteriormente associados a um risco aumentado de desenvolvimento de doenças.