Tuberculose ainda preocupa: saiba como se proteger e evitar o contágio
Neste 24 de março, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, entenda como a doença é transmitida, seus sintomas e as formas de prevenção
Nesta segunda-feira, 24 de março, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, reforçar a prevenção dessa doença infecciosa é essencial.
Apesar dos avanços da medicina, a tuberculose ainda representa um desafio de saúde pública no Brasil e no mundo. A boa notícia é que existem medidas eficazes para evitar sua transmissão e proteger a população.
Como a tuberculose é transmitida?
A tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A transmissão ocorre pelo ar, por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Ambientes fechados e sem ventilação adequada aumentam as chances de contágio.
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A forma mais comum de apresentação é a tuberculose pulmonar, já que a doença afeta prioritariamente os pulmões. No entanto, o bacilo também pode atingir outros órgãos e sistemas, como o sistema nervoso central, os gânglios linfáticos, o pericárdio, os ossos e a laringe.

A tuberculose pulmonar se manifesta, principalmente, por tosse persistente por mais de três semanas, febre, sudorese noturna e perda de peso, como pontua o diretor clínico do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), Marcos Pimentel.
“Pode haver tosse com sangue, além de outros sinais inespecíficos. No início, é mais difícil diferenciar a doença de uma gripe ou pneumonia, especialmente se o paciente não apresentar emagrecimento ou não fizer parte dos grupos de risco, como imunossuprimidos e imunodeprimidos”, explica.
O diagnóstico é feito por meio da análise de amostras de escarro, coletadas em três dias consecutivos, e de exames de imagem, como o raio-X de tórax, para avaliar o grau de comprometimento dos pulmões.
Como prevenir a doença?
- Vacina BCG
A principal forma de prevenção é a vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), aplicada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização deve ser feita em recém-nascidos ou, no máximo, até os 4 anos, 11 meses e 29 dias, segundo o Ministério da Saúde.
Essa vacina protege contra as formas mais graves da doença (meníngea e miliar), reduzindo complicações.
Aliás, sabe aquela cicatriz no braço que quase todo mundo tem? Essa marquinha é resultante de uma reação do corpo à vacina BCG.

- Uso de máscara e isolamento
Como a tuberculose é transmitida pelo ar, é primordial o uso de máscara e o isolamento do paciente infectado até que ele não apresente mais risco de transmissão.
“O paciente deve permanecer isolado até a liberação médica. Depois que inicia o uso das medicações, há um período necessário até que ele possa retomar a rotina”, destaca Pimentel.
- Ambientes ventilados
Medidas simples também ajudam a reduzir a propagação da tuberculose, como manter ambientes bem ventilados e iluminados, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e evitar aglomerações, especialmente em locais com baixa circulação de ar.
- Identificar e tratar casos precocemente
Outra estratégia crucial é o diagnóstico e tratamento precoce. Pessoas que convivem com pacientes com tuberculose devem ser avaliadas por uma equipe de saúde.
Caso seja identificado o risco de infecção latente (quando a bactéria está no organismo, mas sem sintomas), é possível iniciar um tratamento preventivo com antibóticos, evitando o desenvolvimento da doença ativa.
Tratamento
O tratamento da tuberculose dura, no mínimo, seis meses e é gratuito pelo SUS. A adesão completa ao tratamento é fundamental para evitar a resistência da bactéria aos medicamentos. Interromper o uso antes do tempo pode tornar a doença mais difícil de tratar e aumentar os riscos de transmissão.
“O abandono do tratamento causa a resistência da bactéria, que fica cada vez mais forte e mais difícil de combater”, alerta Pimentel.

Segundo a OMS, sem o tratamento adequado, a tuberculose pode ter uma letalidade de até 50% dos casos. Por outro lado, quando tratada corretamente, a taxa de cura pode chegar a 85%.
Neste Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a mensagem é clara: a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para frear a doença. Manter os cuidados e buscar atendimento ao menor sinal de alerta é um compromisso de todos.