Universidade japonesa faz descoberta relacionada a como o autismo se desenvolve

Ácido graxo no cordão pode prever autismo, diz estudo japonês

27/04/2025 09:02

O estudo sugere que os níveis de diHETrE no sangue do cordão umbilical podem prever o risco de autismo, com implicações para intervenções futuras.
O estudo sugere que os níveis de diHETrE no sangue do cordão umbilical podem prever o risco de autismo, com implicações para intervenções futuras. - iStock/ruizluquepaz

Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, identificaram uma possível conexão entre os níveis de certos ácidos graxos no sangue do cordão umbilical e o desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA). A descoberta tem como base a análise de 200 crianças e revela que um composto chamado diHETrE pode ter impacto direto na intensidade dos sintomas do autismo.

O diHETrE é um tipo de ácido graxo poli-insaturado que demonstrou efeitos distintos conforme sua concentração. Altos níveis da substância foram associados a dificuldades de interação social, enquanto concentrações mais baixas estiveram ligadas a comportamentos repetitivos e padrões restritos, características comuns do TEA. Notavelmente, os efeitos foram mais acentuados em meninas, levantando hipóteses sobre diferenças de gênero na manifestação do transtorno.

Possíveis caminhos para prevenção e diagnóstico precoce

Os cientistas sugerem que medir os níveis de diHETrE ao nascimento pode se tornar uma ferramenta útil para prever o risco de autismo. Essa abordagem poderia possibilitar intervenções precoces durante a gravidez, influenciando positivamente o desenvolvimento neurológico do bebê. No entanto, os próprios autores do estudo ressaltam que são necessários mais estudos para confirmar essas possibilidades e transformar a hipótese em prática clínica.

As amostras utilizadas na pesquisa foram colhidas no momento do parto e posteriormente relacionadas com relatos dos pais sobre sintomas de TEA, observados quando as crianças completaram seis anos. Os achados foram publicados na revista científica Psychiatry and Clinical Neurosciences.

O transtorno do espectro autista é caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de uma em cada 100 crianças no mundo apresenta algum grau de autismo, o que reforça a importância da detecção precoce para a adoção de terapias mais eficazes.

 

 

Sinais de autismo em adultos

Dificuldade em interações sociais, rotinas rígidas, hipersensibilidade sensorial e interesses intensos por temas específicos podem indicar autismo em adultos. Diagnósticos tardios são comuns e ajudam na busca por apoio adequado. Especialistas recomendam atenção aos sinais comportamentais, principalmente quando afetam a qualidade de vida e relacionamentos interpessoais. Clique aqui para saber mais.