Uso de ivermectina contra covid compromete fígado, alertam médicos
Medicamento para tratar lombriga e piolhos tem sido usado de forma equivocada contra coronavírus
Ao lado da cloroquina, a ivermectina é um dos remédios que tem sido amplamente defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no tratamento da covid-19.
Mesmo com estudos apontando para a ineficácia do medicamento contra o novo coronavírus, ele ainda vem sendo usado no tratamento ou prevenção da doença.
No entanto, médicos têm relatado casos em que o uso da ivermectina causou a falência hepática em alguns pacientes, que agira precisam de um transplante de fígado para sobreviver. As informações são do O Globo.
- Como reconhecer a deficiência de vitamina K e seus efeitos no corpo?
- Atletas de final de semana: 5 principais fatores que podem levar à artrose do joelho
- Carnes processadas elevam risco de hipertensão, mostra estudo brasileiro
- Ombro congelado e diabetes: como a doença afeta sua articulação
O alerta é do pneumologista Frederico Fernandes, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, que relatou nas redes sociais o caso de uma mulher que está com hepatite medicamentosa após tomar 18 mg por dia de ivermectina por uma semana para combater um quadro leve de covid-19.
Após a postagem, o médico fechou suas redes sociais em razão de ataques virtuais.
“Me solicitaram avaliação para uma paciente com hepatite medicamentosa. Está a um passo de precisar de um transplante de fígado. Ganha um troféu quem adivinhar qual medicação foi a culpada”, diz no tuíte.
“Pois é;Hepatite medicamentosa por ivermectina. 18 mg por dia por uma semana. Por covid leve em jovem. Muito triste ver uma pessoa jovem a ponto de precisar de um transplante por usar uma medicação que não funciona em uma situação que não precisa de remédio algum”, alertou o médico.
O alerta também vem do médico Pedro Carvalho Diniz, membro da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, que trabalha como médico plantonista da UTI Covid e UTI geral do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Pernambuco.
Ao site Brasil de Fato, ele diz que “o sintoma mais comum é a intoxicação, mas há também o risco de falência do fígado e muitas vezes o único tratamento possível é o transplante e se o transplante não for realizado imediatamente em questão de horas, pouquíssimos dias, a pessoa falece pela falência do fígado”.