Uso incorreto do fio dental afeta saúde bucal; 4 erros e como evitá-los
Dados mostram que menos de 20% dos brasileiros usam fio dental diariamente e 94,8% têm cáries
Embora o uso do fio dental seja considerado uma prática simples, muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para incorporá-lo corretamente à rotina de higiene bucal. A ausência dessa etapa pode contribuir para problemas como gengivite, mau hálito e até perda óssea, já que a limpeza entre os dentes é essencial para evitar o acúmulo de resíduos e bactérias.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada entre 2013 e 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, apenas 63% da população afirma utilizar escova, pasta e fio dental de forma combinada. Outro levantamento indica que menos de 20% dos brasileiros fazem uso diário do fio dental.

O estudo SB Brasil 2023 também aponta dados relevantes: apenas 5,2% dos adultos entre 35 e 44 anos não apresentam cáries. Isso significa que 94,8% dessa faixa etária têm algum tipo de lesão cariada. Os números indicam que falhas na rotina de cuidados bucais, mesmo que sutis, podem ter impacto significativo na saúde.
“Mesmo sendo uma ferramenta básica, o fio dental costuma ser subutilizado ou usado de forma incorreta. O problema está nos pequenos gestos: quem faz o movimento errado, não alcança o espaço interdental ou usa de forma irregular acaba perdendo o benefício completo”, explica o dentista Paulo Augusto Yanase, da rede Oral Sin. A seguir, o especialista aponta os 4 erros mais comuns e como evitá-los:
4 erros mais comuns ao usar fio dental e como evitá-los
1 – Usar o fio como um puxão, sem deslizar entre os dentes
Muita gente apenas “passa” o fio rapidamente, sem contornar o dente. O correto é formar um “C” ao redor de cada dente e deslizar suavemente para cima e para baixo, alcançando também a margem gengival.
2 – Usar pouco ou nenhum fio dental no dia a dia
A irregularidade é um dos maiores problemas. “Se o fio só aparece de vez em quando, ele deixa de cumprir o papel de remover o biofilme onde a escova não alcança. Esse acúmulo de bactérias é o que causa gengivite e mau hálito”, alerta Yanase.
3 – Fazer o movimento para frente e para trás, sem contato com a gengiva
O fio dental deve limpar também a área da gengiva. “É nessa região que o biofilme se acumula e, se não for removido, pode evoluir para inflamações mais sérias. O ideal é contornar delicadamente a gengiva, sem forçar”, explica o dentista.
4 – Deixar o fio dental para ‘quando der tempo’
A pressa é uma inimiga da saúde bucal. “O ideal é usar o fio diariamente, preferencialmente à noite, após a escovação. Esse é o momento em que removemos o que ficou acumulado durante o dia”, recomenda Yanase.
Para o especialista, o segredo é transformar o uso do fio dental em um hábito automático, tão natural quanto escovar os dentes. “Quando usamos corretamente o fio dental, estamos removendo o biofilme onde a escova não alcança e isso faz toda a diferença para evitarmos doenças bucais silenciosas, que muitas vezes só aparecem quando já há dor ou perda de estrutura dentária”, destaca.
Mais do que uma questão estética, dentista lembra que cuidar bem dos dentes é cuidar da saúde como um todo. “Fazer do fio dental um hábito diário não é um luxo — é parte essencial de um cuidado que respeita o sorriso e o bem-estar integral”, reforça.