Reações a vídeo de parto normal geram debate na internet
Um vídeo que mostra o nascimento de um bebê de parto normal vem causando polêmica nas redes sociais. As imagens foram publicadas pela doula e educadora perinatal Gabriele Garbin, que teve sua atitude –de publicar o vídeo– reprovada por alguns internautas.
Muitos consideram as imagens fortes demais para serem compartilhadas nas redes sociais. Mas a grande maioria dos internautas apoiou a atitude de Gabriela. O vídeo, publicado no Facebook, já teve mais de 7,7 milhões de visualizações e mais de de 100 mil compartilhamentos.
Isso só mostra que o parto normal ainda é um tabu no Brasil, mesmo em pleno século 21.
Em respostas aos internautas, Gabriela escreveu: “O poder e o protagonismo feminino INCOMODAM. Ver uma mulher no ápice da sua potência e liberdade, incomoda. Ver vagina servindo para qualquer outra coisa que não seja dar prazer para homem, incomoda. A ideia de que uma mulher é perfeitamente capaz de amparar o próprio bebê sem ajuda de ninguém, incomoda. Mas, se não for pra incomodar, eu nem vou! “
O que podemos tirar de lição neste caso? É que sabemos pouco sobre partos em geral.
Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), dar à luz a um bebê é um ato natural. De acordo com a instituição, se tudo estiver bem com mãe e com a criança, o parto é um processo fisiológico que requer pouca intervenção médica.
A cesárea, cirurgia de médio porte, é recomendada em casos de complicações reais para a mulher e para o bebê e necessita, portanto, de indicação médica. Conforme a OMS, o índice aceitável de cesarianas fica em torno de 15%.
No entanto, atualmente, 55% dos partos realizados no Brasil são cesarianas. O índice –que é de 40% no SUS– chega a 84% na rede privada.
Para a criança, a principal consequência da cesárea é a prematuridade e a imaturidade pulmonar. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as cesáreas agendadas também aumentam em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e se trata da principal causa do encaminhamento de bebês para UTIs neo-natais.
Com informações do Ministério da Saúde