Reações a vídeo de parto normal geram debate na internet

22/05/2018 19:00 / Atualizado em 05/05/2020 10:38

Um vídeo que mostra o nascimento de um bebê de parto normal vem causando polêmica nas redes sociais. As imagens foram publicadas pela doula e educadora perinatal Gabriele Garbin, que teve sua atitude –de publicar o vídeo– reprovada por alguns internautas.

Muitos consideram as imagens fortes demais para serem compartilhadas nas redes sociais. Mas a grande maioria dos internautas apoiou a atitude de Gabriela. O vídeo, publicado no Facebook, já teve mais de 7,7 milhões de visualizações e mais de de 100 mil compartilhamentos.

Isso só mostra que o parto normal ainda é um tabu no Brasil, mesmo em pleno século 21.

Vídeo do nascimento de uma criança causou polêmica nas redes sociais
Vídeo do nascimento de uma criança causou polêmica nas redes sociais

Em respostas aos internautas, Gabriela escreveu:  “O poder e o protagonismo feminino INCOMODAM. Ver uma mulher no ápice da sua potência e liberdade, incomoda. Ver vagina servindo para qualquer outra coisa que não seja dar prazer para homem, incomoda. A ideia de que uma mulher é perfeitamente capaz de amparar o próprio bebê sem ajuda de ninguém, incomoda. Mas, se não for pra incomodar, eu nem vou! “

O que podemos tirar de lição neste caso? É que sabemos pouco sobre partos em geral.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), dar à luz a um bebê é um ato natural. De acordo com a instituição, se tudo estiver bem com mãe e com a criança, o parto é um processo fisiológico que requer pouca intervenção médica.

A cesárea, cirurgia de médio porte, é recomendada em casos de complicações reais para a mulher e para o bebê e necessita, portanto, de indicação médica. Conforme a OMS, o índice aceitável de cesarianas fica em torno de 15%.

No entanto, atualmente, 55% dos partos realizados no Brasil são cesarianas. O índice –que é de 40% no SUS– chega a 84% na rede privada.

Para a criança, a principal consequência da cesárea é a prematuridade e a imaturidade pulmonar. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as cesáreas agendadas também aumentam em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e se trata da principal causa do encaminhamento de bebês para UTIs neo-natais.

Com informações do Ministério da Saúde