Vírus híbrido mortal da gripe é detectado pela primeira vez no mundo

O novo patógeno pode escapar do sistema imunológico e levar a doenças significativamente piores e difíceis de tratar

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia, detectou pela primeira vez a formação de um vírus híbrido mortal, fruto da junção dos vírus Influenza e VSR (vírus sincicial respiratório).

Segundo a pesquisa, publicada na revista Nature Microbiology na segunda-feira (24), a fusão é incomum porque são agentes infecciosos de famílias diferentes.

Enquanto a Influenza tende a infectar a traqueia, garganta e nariz, resultando em sintomas associados à gripe, o VSR invade a traqueia e o pulmão.

Vírus híbrido mortal da gripe é detectado pela primeira vez no mundo
Créditos: divulgação/Nature Microbiology
Vírus híbrido mortal da gripe é detectado pela primeira vez no mundo

Essa versão híbrida pode levar a doenças significativamente piores para alguns pacientes, incluindo pneumonia viral difícil de tratar.

Como foi feito o estudo?

Os pesquisadores usaram células pulmonares em uma placa de vidro e adicionaram amostras de ambos os vírus. Eles então se afastaram e observaram o que aconteceria.

Eles descobriram que, depois de infectar as células, os dois tipos de vírus se fundiram em um vírus híbrido. O resultado foi um vírus com a forma de uma palmeira onde o vírus VSR formou o tronco e o vírus da gripe formou a parte frondosa no topo.

 Vírus híbrido escapa ao sistema imunológico e pode levar à morte
Créditos: Reptile8488/istock
 Vírus híbrido escapa ao sistema imunológico e pode levar à morte

Ao examinar mais de perto o híbrido, os pesquisadores descobriram que ele era capaz de infectar outras células próximas. Eles também descobriram que, quando o fizeram, os anticorpos que chegaram para combater a infecção da gripe não funcionaram como normalmente fariam.

Embora o estudo tenha sido baseado em eventos em um ambiente de laboratório, os cientistas estão alertando que esse patógeno provavelmente já circula entre os humanos, mas os diagnósticos atuais não são capazes de detectá-lo.

Isso pode ajudar a explicar surtos misteriosos de doenças respiratórias e pneumonia em vários locais do mundo.