WhatsApp ajuda a combater depressão em idosos, indica estudo brasileiro

A pesquisa, realizada em Guarulhos, mostrou resultados positivos na saúde mental

26/05/2024 16:24

Um estudo realizado com pacientes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Guarulhos (SP) mostrou efeitos positivos no uso do WhatsApp como uma ferramenta para combater a solidão e melhorar os quadros de depressão em idosos. O programa foi batizado de “Viva a Vida”

Conduzida por Marcia Scazufca, professora de pós-graduação no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e pesquisadora no Hospital das Clínicas, e sua equipe, a pesquisa foi publicada na revista Nature Medicine.

Pesquisa da FM-USP indica que o uso do WhatsApp pode melhorar sintomas de depressão em idosos
Pesquisa da FM-USP indica que o uso do WhatsApp pode melhorar sintomas de depressão em idosos - Anna Shvets/Pexels

“O ‘Viva a Vida’ deve ser visto como um primeiro passo, que pode vir a ser combinado com outras formas de intervenção”, declarou Scazufca ao Portal do Governo.

“É preciso dizer que a grande maioria das pessoas que participaram não recebia antes nenhum tratamento para depressão. Nem estavam diagnosticadas como portadoras desse quadro.”

As mensagens para o grupo de intervenção eram exclusivamente de voz, com duração de três minutos, ou imagens, evitando o uso de texto escrito. A comunicação foi adaptada com uma linguagem simplificada, inspirada nos programas de rádio mais populares, para garantir que todos pudessem compreender. 

A pesquisa, realizada em Guarulhos, mostrou resultados positivos na saúde mental
A pesquisa, realizada em Guarulhos, mostrou resultados positivos na saúde mental - iStock/stockcam

Os participantes do estudo tinham, em média, 65,1 anos de idade, sendo 74,8% mulheres e 25,2% homens. De um total de 603 inscritos, 527 (87,4%) completaram a avaliação de seguimento.

No grupo que recebeu a intervenção, 42,4% dos participantes apresentaram uma melhora nos sintomas depressivos, enquanto no grupo controle, a melhora foi de 32,2%.

* Com informações do Portal do Governo. O estudo recebeu suporte financeiro da Fapesp.