WhatsApp ajuda a combater depressão em idosos, indica estudo brasileiro

A pesquisa, realizada em Guarulhos, mostrou resultados positivos na saúde mental

Um estudo realizado com pacientes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Guarulhos (SP) mostrou efeitos positivos no uso do WhatsApp como uma ferramenta para combater a solidão e melhorar os quadros de depressão em idosos. O programa foi batizado de “Viva a Vida”

Conduzida por Marcia Scazufca, professora de pós-graduação no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e pesquisadora no Hospital das Clínicas, e sua equipe, a pesquisa foi publicada na revista Nature Medicine.

Pesquisa da FM-USP indica que o uso do WhatsApp pode melhorar sintomas de depressão em idosos
Créditos: Anna Shvets/Pexels
Pesquisa da FM-USP indica que o uso do WhatsApp pode melhorar sintomas de depressão em idosos

“O ‘Viva a Vida’ deve ser visto como um primeiro passo, que pode vir a ser combinado com outras formas de intervenção”, declarou Scazufca ao Portal do Governo.

“É preciso dizer que a grande maioria das pessoas que participaram não recebia antes nenhum tratamento para depressão. Nem estavam diagnosticadas como portadoras desse quadro.”

As mensagens para o grupo de intervenção eram exclusivamente de voz, com duração de três minutos, ou imagens, evitando o uso de texto escrito. A comunicação foi adaptada com uma linguagem simplificada, inspirada nos programas de rádio mais populares, para garantir que todos pudessem compreender. 

A pesquisa, realizada em Guarulhos, mostrou resultados positivos na saúde mental
Créditos: iStock/stockcam
A pesquisa, realizada em Guarulhos, mostrou resultados positivos na saúde mental

Os participantes do estudo tinham, em média, 65,1 anos de idade, sendo 74,8% mulheres e 25,2% homens. De um total de 603 inscritos, 527 (87,4%) completaram a avaliação de seguimento.

No grupo que recebeu a intervenção, 42,4% dos participantes apresentaram uma melhora nos sintomas depressivos, enquanto no grupo controle, a melhora foi de 32,2%.

* Com informações do Portal do Governo. O estudo recebeu suporte financeiro da Fapesp.