Especialista ataca legalização maconha e diz que seu país desconhece os efeitos negativos dessa droga

Por: Keila Baraçal

Com o auditório lotado do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, no sábado passado, Kevin Sabet, um dos maiores estudiosos dos Estados Unidos sobre a questão das drogas, criticou a legalização da maconha que ocorre em seu país, considerando que essas medidas liberalizantes não levam em conta seus efeitos negativos à saúde.
Ele é Ph.D. e Mestre em Política Social pela Universidade de Oxford e graduado em Ciência Política pela Universidade da Califórnia. Em seus trabalhos, costuma pontuar que “a legalização é uma solução simplista para um problema complicado”, analisando, por exemplo, o impacto social de drogas legais. Segundo o especialista, nos Estados Unidos o álcool é responsável por mais de 2,6 milhões de prisões por ano – quase 1 milhão de prisões a mais do que as provocadas por drogas ilegais naquele país.

Por sua atuação na área, tornou-se referência mundial em prevenção baseada em evidências e impactos da legalização, contribuindo regularmente com diversos veículos de comunicação, incluindo New York Times e CNN.

Kevin afirmou que a maconha está associada a baixa produtividade escolar e no trabalho, acidentes de trânsito, redução na motivação. Afirmou que, no Colorado ( EUA) onde a droga é legal para para fins de entretenimento, haveria sinais de aumento nos acidentes de trânsito.

Disse que seu temor é que, com a legalização, surgiria uma poderosa indústria ligada à maconha, assim como existe para o álcool e tabaco, estimulando ainda mais o consumo, especialmente entre adolescentes. ” Há muita gente de terno e gravada, com muito interesse em fazer dinheiro, interessada nesse negócio”, afirmou.

Ele estimulou, porém, as pesquisas voltadas à maconha para aplicação medicinal. Isso não implica, acrescentou, yer de fumar um baseado, mas sintetizar alguns de seus princípios ativos.