5 cidades na América do Sul para visitar no inverno

Do Uruguai ao Chile, é possível ver neve ou praias dependendo do destino -- tudo com temperaturas baixas

Não é necessário ir tão longe para ver neve no inverno sul-americano, que começa no dia 21 de junho. Na verdade, não é necessário nem sair do Brasil.

Com o começo da estação mais fria do ano, muitos pacotes de viagens se voltam para destinos onde é possível aproveitar o clima da melhor forma –e, por incrível que pareça, sem gastar muito.

A seguir, listamos cinco destinos para conhecer na América do Sul.

Ushuaia (Argentina)

O farol do fim do mundo em Ushuaia, na Patagônia argentina
Créditos: Ignacio Leonardi/iStock
O farol do fim do mundo em Ushuaia, na Patagônia argentina

A famosa cidade no chamado “fim do mundo” tem outro rótulo menos conhecido entre os turistas brasileiros: é a cidade mais “austral do mundo”. A discussão é longa e envolve uma disputa simbólica com o Chile, que briga para transformar Puerto Williams, um território de três mil habitantes situado no outro lago do canal de Beagle em um “município” e, assim, ser a cidade mais ao Sul do mundo.

Ushuaia, por enquanto, surfa no sucesso das temporadas de inverno. Localizada a três mil quilômetros de Buenos Aires e menos de mil em relação à Antártida, é uma cidade movimentada desde os anos 1990.

Ushuaia, conhecida como Fim do Mundo
Créditos: iStock
Ushuaia, conhecida como Fim do Mundo

Segundo dados oficiais, só em 2015 chegaram à cidade argentina 440 mil visitantes, a imensa maioria de países como Estados Unidos, Alemanha, França, Espanha e Brasil. Somente na última temporada de verão, no início deste ano, cerca de 280 mil pessoas desembarcaram em Ushuaia –uma média de 1.500 turistas por dia.

Para atender a demanda, há pubs irlandeses, restaurantes de comidas típicas de diversas partes do mundo, baladas, bancos internacionais e casas de câmbio.

“A vida é bem agitada para uma cidade relativamente pequena situada quase no fim do mundo”, comenta o jornalista Guilherme Henrique, que viajou com a família para a região no último Natal. “É uma cidade cercada de montanhas nevadas. O vento, mesmo no verão, é gelado. O centro é movimentado, com agências de turismo, lojas de roupa de inverno e restaurantes”, continua.

As casas multicoloridas de Ushuaia, na Patagônia argentina
Créditos: iStock
As casas multicoloridas de Ushuaia, na Patagônia argentina

A administração da cidade acredita que 30% de todo o turismo local ainda é oriundo dos cruzeiros que atravessam o canal repletos de turistas ansiosos para entrar nos cafés de Ushuaia e se protegerem do frio que chega que dura praticamente o ano todo, mas é intenso no inverno.

Motoqueiros que se aventuram pelas estradas da região também param em Ushuaia para dormir, comer e buscar serviços, como um tag de pedágio internacional ou ferramentas de manutenção das motos.

Grutas del Palacio (Uruguai)

Localizado no departamento de Flores, o Geoparque Grutas del Palacio é um destino amplamente recomendável para quem busca experiências diferentes e está interessado em áreas temáticas como a geologia, a paleontologia e a arqueologia.

As formações rochosas que podem ser vistas no geoparque datam do Pré-cambriano
Créditos: Divulgação
As formações rochosas que podem ser vistas no geoparque datam do Pré-cambriano

Entrar em antigas cavernas, contemplar as pinturas rupestres, percorrer belas paisagens de colinas e montanhas, desfrutar de grandes lagos e rios e admirar uma falha geológica de mais de um quilômetro de extensão são só algumas das experiências que esse destino no centro-sul do Uruguai oferece.

Grutas do Palácio têm pintura rupestre e formações de 2 milhões de anos
Créditos: Divulgação
Grutas do Palácio têm pintura rupestre e formações de 2 milhões de anos

O Geoparque Grutas del Palacio tem uma superfície total de 3,6 mil km² e está a apenas duas horas de Montevidéu. É um dos únicos geoparques existentes na América do Sul e, por isso, conta com o reconhecimento da Unesco.

Suas formações geológicas têm diferentes idades, que vão desde 2,5 milhões de anos até hoje. Entre os lugares mais visitados estão a Reserva Rodolfo Tálice, o Cerro de Ojosmin e o Mar de Piedras.

Colônia do Sacramento (Uruguai)

Beautiful setting sun of Colonia del Sacramento
Créditos: TatsuyaOhinata/iStock
Beautiful setting sun of Colonia del Sacramento

Colônia do Sacramento é um dos destinos preferidos dos turistas, recebendo milhares de visitantes durante o ano. A uma hora de Buenos Aires de barco e a duas horas de Montevidéu de ônibus, a cidade é um remanso onde o visitante se encontra com a cultura, a história e os costumes de um destino inevitável às margens do rio da Prata.

É um destino tradicional de inverno do país também por suas temperaturas, que podem chegar aos 14ºC durante os dias e até 3ºC durante as noites. Por isso, a maioria dos estabelecimentos e hotéis contam com sistemas de calefação.

As ruas tranquilas de Colônia do Sacramento, no Uruguai
Créditos: Adrian Wojcik/iStock
As ruas tranquilas de Colônia do Sacramento, no Uruguai

O encanto da cidade está vinculado à particularidade da sua história. Uma visita guiada pelo Casco Histórico de Colônia do Sacramento permite submergir na história e se aproximar de um rico legado cultural da vila. Museus, teatros, arte, artesanato e uma boa gastronomia complementam um vasto repertório oferecido ao visitante.

Além disso, a cidade tem uma grande oferta hoteleira, com opções que vão desde cadeias de hotéis internacionais até típicas pousadas alojadas em antigas casas coloniais, assim como uma grande variedade de restaurantes.

Casco Histórico de Colônia do Sacramento
Créditos: lucop/iStock
Casco Histórico de Colônia do Sacramento

Uma das melhores atrações de Colônia, curiosamente, é o entardecer. A vista do sol se pondo do farol da cidade é um espetáculo que reúne todos os turistas em um único ponto da cidade no final do dia. Outros pontos importantes são a Calle de los Suspiros e o porto. No bairro histórico, existem ainda monumentos de séculos que permanecem erguidas, como o Portón de Campo, a Iglesia Matriz e a Plaza Manuel Lobo.

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Torres del Paine (Chile)

O Parque Nacional Torres del Paine é um dos 17 que compõe a Ruta de los Parques de la Patagonia
Créditos: Divulgação/ChileTravel
O Parque Nacional Torres del Paine é um dos 17 que compõe a Ruta de los Parques de la Patagonia

Apesar de relativamente conhecido no continente, o Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, alçou fama mundial quando a Unesco declarou o local como uma reserva da biosfera do planeta, em 1978.

Depois do reconhecimento da entidade, explodiu o número de estrangeiros que chegam ao país para visitá-lo: em 2016, a administração registrou 252 mil visitas ao local, um recorde na história do parque que, de acordo com os jornais chilenos, é o terceiro mais visitado do mundo.

O Parque Nacional Torres del Paine é uma dos mais bonitos do mundo
Créditos: Scott Biales/iStock
O Parque Nacional Torres del Paine é uma dos mais bonitos do mundo

O parque, ao contrário da maioria dos seus análogos em países sul-americanos, está em uma das partes mais frias da Patagônia chilena e é um dos mais bonitos do mundo para uma série de publicações internacionais sobre turismo.

Criado pelo governo chileno em 1959, o Parque Nacional Torres del Paine fica localizado na região conhecida como Magallanes, próximo à fronteira com a cidade argentina de El Calafate e ao redor de pequenas cidades portuárias chilenas, como Puerto Natales. Ocupa uma área de 181 mil hectares que possui diversos aspectos naturais, de montanhas geladas, vales, rios, lagos e áreas glaciais.

Vista do macico Del Paine, na Patagônia chilena
Créditos: Márcio Diniz | Catraca Livre
Vista do macico Del Paine, na Patagônia chilena

As agências que organizam viagens ao parque promovem diversas atividades, como a prática de caiaque em fiordes e rios, caminhadas sobre as geleiras em percursos guiados, escalada sobre uma das Torres del Paine, passeios de bicicleta, pesca esportiva, cavalgada e navegação pelos lagos.

Isla Negra (Chile)

Isla Negra é uma das três casas que o escritor Pablo Neruda construiu no Chile
Créditos: ampueroleonardo/iStock
Isla Negra é uma das três casas que o escritor Pablo Neruda construiu no Chile

A pequena vila de Isla Negra, na província de El Quisco, ao sul de Santiago, ficou mundialmente famosa por abrigar um dos maiores poetas do século 20: Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura em 1971 e autor, entre outros livros, de “Memorial de Isla Negra”, uma autobiografia poética em que ele rememora sua vida a partir da casa onde viveu a maior parte da vida e está enterrado hoje. O próprio nome da vila foi dado por ele.

Para Rosi Guimarães, brasileira que vive no país, é a casa mais interessante do poeta – que também tinha propriedades em Santiago e em Valparaíso.

Turistas visitam Isla Negra, a última casa em que o escritor chileno Pablo Neruda morou
Créditos: ampueroleonardo/iStock
Turistas visitam Isla Negra, a última casa em que o escritor chileno Pablo Neruda morou

“Como disse o próprio Pablo Neruda, é uma casa como o Chile: ‘larga e angosta’. Em português quer dizer que é comprida e estreita. Tem uma linda vista para o Pacífico, que pode ser observado do interior de toda a casa”, conta.

Apesar da moradia do poeta ser a grande motivação para ir à Isla Negra, a vila ainda possui uma praia tranquila e geralmente vazia, além de um comércio de artesanato intenso e alguns restaurantes típicos.