5 cuidados essenciais para viajar com pets no verão

Especialista em comportamento animal explica como garantir segurança, bem-estar e equilíbrio emocional durante as férias em família

31/12/2025 07:43

A presença cada vez mais naturalizada dos pets na rotina das famílias têm impulsionado um novo hábito entre os brasileiros: levar cães e gatos nas viagens de férias. A expansão de hospedagens pet-friendly, a adaptação de meios de transporte e o desejo de incluir os animais em momentos de lazer explicam esse movimento.

No entanto, que para garantir uma experiência positiva é necessário atenção não apenas aos cuidados físicos, mas também ao bem-estar emocional e comportamental dos pets.

Especialista em comportamento animal explica como garantir segurança, bem-estar e equilíbrio emocional durante as férias em família
Especialista em comportamento animal explica como garantir segurança, bem-estar e equilíbrio emocional durante as férias em família - Capuski/iStock

“Assim como nós, os pets também sentem ansiedade diante do desconhecido. Viagens envolvem mudanças de rotina, estímulos novos, ambientes diferentes e até interações inesperadas”, explica o especialista em comportamento animal Cleber Santos, CEO do Grupo Comportpet.

Recentemente, estudos têm reforçado a importância da convivência com animais para o equilíbrio emocional dos tutores, o que evidencia que cuidar bem dos pets, inclusive em viagens, beneficia toda a família.

Para o especialista em comportamento animal, a chave para uma boa viagem é manter a estrutura emocional do pet. “Quando o pet percebe que a família continua sendo sua base, mesmo longe de casa, ele relaxa, aproveita e se comporta de maneira muito mais equilibrada. O tutor garante segurança e o pet devolve em forma de afeto, parceria e boas memórias de verão”.

A seguir, a Catraca Livre compartilha cuidados essenciais para uma viagem tranquila ao lado dos pets.

5 cuidados essenciais para viajar com pets no verão

1 – Prepare o pet emocionalmente antes da viagem

Antes de sair de casa, o pet precisa entender, emocionalmente, que algo novo está por vir, mas que sua base de segurança continuará sendo a família. Exercícios simples ajudam muito: trajetos curtos de carro, contato prévio com a caixa de transporte e a caminha sempre acessível criam familiaridade com o processo.

Levar itens com o cheiro da casa, como um cobertor ou brinquedo preferido, reforça ainda mais a sensação de continuidade da rotina mesmo em outro ambiente. “Quando o pet reconhece elementos conhecidos durante a viagem, ele se sente emocionalmente amparado. Manter horários parecidos de alimentação, descanso e passeios traz previsibilidade e previsibilidade é segurança. O emocional do pet precisa estar estruturado antes de chegar ao destino para que ele viva a viagem como uma experiência positiva, e não como um desafio”, explica Cleber.

2 – Respeite o ritmo de socialização em novos ambientes

Quando o pet chega em um lugar novo, tudo é estímulo: cheiros, sons, pessoas e espaços diferentes. Para que isso seja positivo, é importante permitir que ele explore no próprio ritmo, sempre com o tutor por perto como referência. Ter um cantinho fixo, como a caminha ou uma manta, ajuda a criar um ponto de segurança e compreensão do ambiente.

“Nada deve ser forçado: o ideal é permitir alguns minutos de observação para que ele processe o ambiente e só depois comece a interagir. A presença tranquila do tutor diminui o risco de ansiedade, medo ou reatividade. Socialização saudável é sobre conexão emocional e segurança, não sobre exposição intensa”, diz.

3 – Previna fugas com vínculo e presença ativa

Ambientes abertos, como praias, parques e locais turísticos, podem despertar curiosidade ou até desconforto em alguns pets. O tutor deve se manter como referência de tranquilidade e conexão durante todo o tempo. Caminhar junto, brincar junto e incentivar que o pet explore sempre ao lado da família cria uma relação segura que reduz drasticamente o risco de fugas.

“A fuga não é sobre desobediência, é sobre desconexão. Quando o pet está emocionalmente ligado ao tutor, ele não busca se afastar. Verificar a coleira, manter identificação atualizada e evitar sobrecarga de estímulos fazem parte do cuidado, mas o principal é o vínculo: é ele que mantém o pet perto, mesmo em lugares com muitas distrações”, reforça o especialista.

4 – Identifique sinais de sobrecarga e faça pausas estratégicas

Em destinos movimentados, o pet pode ficar eufórico, até que essa euforia se transforme em estresse. Bocejos em excesso, inquietação, chorinhos, respiração acelerada, lamber o focinho repetidamente e buscar refúgio próximo ao tutor são alguns dos sinais de que o pet está passando do limite emocional.

5 – No calor, diversão deve caminhar com segurança

O ambiente praiano ou de verão traz situações específicas que afetam diretamente o bem-estar do pet: superfícies quentes, água salgada, estímulos intensos e o risco de desidratação. Ajustar horários de passeio para períodos mais frescos e garantir hidratação constante ajudam a tornar o lazer mais seguro.

“Os coxins queimam muito rápido na areia quente, e o mar pode gerar irritações na pele e incômodo se não houver enxágue depois. A regra é simples: se está desconfortável para você, está ainda mais para o pet. Diversão com responsabilidade é entender que o descanso e as pausas são tão importantes quanto a brincadeira”, explica o especialista.